Organizações humanitárias defendem "resposta urgente" na RDCongo

A organização não-governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras alertou hoje para a propagação das doenças e para a restrição de acesso em várias regiões do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), defendendo uma "resposta urgente" internacional.

Notícia

© iStock 

Lusa
04/04/2023 14:11 ‧ 04/04/2023 por Lusa

Mundo

RDCongo

"A crise no Kivu do Norte tem um impacto absolutamente generalizado na sua escala e gravidade, mas a resposta humanitária é demasiado lenta em demasiados lugares", disse a diretora dos MSF nos Estados Unidos, Avril Benoit, que está atualmente a trabalhar em Goma, capital desta província, acrescentando que "há uma evidente falta de ajuda para estas pessoas com necessidades básicas de casas, medicamentos, alimentos e água potável".

Cerca de um milhão de pessoas fugiram das suas casas no Kinu do Norte por causa dos confrontos entre o Exército e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) durante o último ano, colocando os cidadãos em risco de contraírem cólera e ficarem sujeitos a má nutrição e violência sexual devido à ausência de uma resposta adequada à crise.

Os deslocados pela violência têm estado a viver durante os últimos meses em tendas ou assentamentos informais em localidades que ainda conseguem acolher refugiados, e outras pessoas estão alojadas em igrejas ou escolas na região.

Esta situação de acampamentos informais desde maio de 2022, onde nalguns casos existe uma sanita para 500 pessoas e apenas um litro de água potável por pessoa, bem abaixo dos 15 litros diários que é o valor padrão, origina ainda mais situações de debilidade e propicia a propagação de doenças, alerta ainda a ONG.

"As nossas equipas estão a trabalhar contra-relógio para lutar contra a cólera e fazer frente ao crescente número de casos de sarampo, mas estão completamente assoberbados perante o desastre humanitário e sanitário que se desenvolve perante os nossos olhos", disse a representante dos MSF no RDCongo, Raphael Piret.

"Parece que as pessoas aqui foram abandonadas", lamentou a coordenadora de projetos da ONG no Rutshuru, Monique Doux, concluindo que "desde há meses que os MSF foram a única organização humanitária que trabalha no território de Rutshuru, mas as necessidades dos habitantes superam em muito a capacidade de resposta" da organização.

Leia Também: Projeto de lei sobre conceito de 'congolanidade' gera polémica na RDCongo

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas