Apoiantes e opositores de Trump trocam acusações junto ao Tribunal
Centenas de apoiantes e opositores do ex-presidente norte-americano Donald Trump trocaram hoje ofensas e acusações junto ao tribunal criminal de Manhattan, onde o magnata Republicano comparecerá perante um juiz.
© Getty Images
Mundo EUA
Um parque em frente ao tribunal foi o ponto de concentração para ambos os grupos de manifestantes, após a polícia ter montado barreiras metálicas a dividir o espaço, mas também as ideologias.
Contudo, as barreiras físicas não foram suficientes para impedir os ataques mútuos.
"Ele tem de ser preso. Chorem, seus extremistas de direita. Vocês odeiam-nos", gritava um jovem do lado dos opositores de Donald Trump.
"Isto é uma caça às bruxas. Vocês são tendenciosos", respondeu uma mulher defensora do magnata.
Questionada pela Lusa sobre se acredita que Trump é inocente, uma mulher que não se quis identificar respondeu com tentativas de intimidação.
"Imprensa de Portugal? Onde está a imprensa norte-americana? Eu estou aqui para apoiar o meu Presidente, eu sei que ele é inocente, mas se andares por aí a publicar essa propaganda sobre o meu Presidente, sobre o meu país e sobre o país pelo qual o meu pai lutou, eu irei a público e farei com que todos saibam que estás a mentir", disse.
Ao ritmo de tambores, opositores de Trump gritavam "prendam-no, prendam-no, prendam-no", e não faltaram disfarces de Donald Trump vestido de laranja, as cores usadas pelos prisioneiros nos Estados Unidos.
Uma bandeira gigante foi estendida no chão: "Trump mente o tempo todo", podia ler-se e onde ninguém se atreveu a pisar.
"Racistas, racistas, racistas", ouviu-se ainda.
Do outro lado das barreiras metálicas e tentanto provar o oposto, apoiantes de Trump erguiam cartazes como "a comunidade chinesa está com Trump", "os homossexuais estão com Trump", "O povo negro está com Trump".
Apesar das dezenas de apoiantes de ambos os lados, o parque encheu-se rapidamente de jornalistas de várias partes do mundo, evidenciando a forte atenção que este caso está a despertar.
Enquanto se aguarda a chegada do ex-presidente, Trump recorria às redes sociais, nas suas habituais mensagens em letras maiúsculas, para atacar o local definido para comparência perante o juiz - "muito injusto, com algumas zonas em que menos de 1% votaram [no partido] Republicano" - e defendendo como alternativa Staten Island, onde o seu partido costuma ter melhores prestações eleitorais.
Outros alvos da sucessão de mensagens foram o próprio juiz Juan Merchan - "altamente parcial, tal como a sua família" - o próprio caso judicial - "uma caça às bruxas" - o ex-procurador Bill Barr que comentava na Fox News - "um total cobarde (...) que "se tornou num escravo virtual dos Democratas" - e, como não podia deixar de ser, as últimas eleições em que perdeu para Joe Biden - "completamente fraudulentas".
Donald Trump comparecerá hoje no tribunal criminal de Mnhanttan, depois de ter sido formalmente acusado num caso que envolve o suborno de uma atriz pornográfica, num acontecimento inédito na história do país.
Trump, que também é candidato à Casa Branca em 2024, chegou na segunda-feira a Nova Iorque, tendo passado a noite na Trump Tower, rodeado por um forte dispositivo de segurança.
A sessão está marcada para as 14:15 (19:15 em Lisboa), onde o ex-presidente deverá passar por um protocolo que inclui tirar impressões digitais e, possivelmente, fotografia, e onde se vai declarar "inocente", indicou a defesa.
Espera-se que Trump compareça perante o juiz Juan Merchan - o mesmo magistrado que presidiu um julgamento criminal no ano passado no qual a empresa imobiliária do magnata foi condenada por fraude fiscal, mas no qual Trump não foi acusado.
No final da sessão, Trump deverá regressar a Mar-a-Lago, a sua mansão na Florida, onde fará declarações sobre todo o processo, informou o gabinete do ex-chefe de Estado norte-americano.
Leia Também: Casa Branca "acompanha" violência nas manifestações pró-Trump
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com