Armas nucleares? "É a NATO que se está a expandir em direção à Rússia"

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diz que o acordo com Minsk, sobre armas nucleares táticas, só acontece por causa das decisões da Aliança.

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Notícias ao Minuto
06/04/2023 12:00 ‧ 06/04/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Dmitry Peskov

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu, esta quinta-feira, que o acordo entre Moscovo e Minsk para instalar armas nucleares táticas na Bielorrússia acontece em resposta à extensão da NATO, com a entrada da Finlândia, e que, portanto, a Rússia tem obrigação de garantir a sua segurança.

"É a NATO que se está a expandir em direção à Rússia, não a Rússia que está a levar sua infraestrutura militar para as fronteiras da NATO", sublinhou Peskov, citado pela Reuters.

"Esta decisão agrava as nossas preocupações com a nossa segurança... e estamos a tomar medidas para garantir a nossa segurança. E assim será cada vez que a NATO se aproximar das nossas fronteiras, para que possamos reequilibrar a arquitetura de segurança no continente", acrescentou.

Recorde-se que o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, referiu que deslocação de armas nucleares russas para Bielorrússia revela as "promessas vãs" de Pequim. O responsável critica a China por fazer “eco da propaganda russa”, mas refere que o país ainda não é considerado "adversário".

Stoltenberg alertou a China para as "implicações profundas" de uma eventual ajuda militar à Rússia na invasão à Ucrânia, considerando que seria um "erro histórico" auxiliar o Kremlin (presidência russa).

Na ótica do secretário-geral da organização político-militar, da qual Portugal e outros 30 países fazem parte, Pequim e Moscovo estão a tentar desestabilizar e rearranjar o cenário geopolítico internacional.

Putin anunciou recentemente um acordo com Minsk para o envio de armas nucleares táticas. Na terça-feira, os dois países anunciaram o início da instrução de soldados bielorrussos no uso deste armamento.

Há duas semanas, Putin também foi informado do plano de paz proposto pela China no decurso da visita à Rússia do líder chinês Xi Jinping, a quem o Ocidente pediu para utilizar a sua influência sobre o Kremlin para pôr termo ao conflito em curso no território ucraniano.

Tanto Moscovo como Kyiv consideram que ainda não existem "perspetivas" de negociação.

Leia Também: Finlândia na NATO? "Invasão à segurança e interesses nacionais da Rússia"

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