Segundo o exército israelita, no total, 34 'rockets' foram disparados do Líbano, cinco dos quais caíram em Israel, ferindo uma pessoa, e outros 25 foram intercetados pela defesa antiaérea.
Num comunicado, o exército libanês indicou que "vários 'rockets' foram disparados desde os arredores das localidades de Qlailé, Zebqin e Maaliye", no sul do país, para Israel.
Precisou ter "descoberto e desmantelado rampas de lançamento de 'rockets' que continham diversos projéteis prontos para serem disparados, perto das duas primeiras localidades".
"O exército está a patrulhar a área, em estreita coordenação com a Força Interina das Nações Unidas (Finul), acrescentou.
A Finul, destacada no sul do Líbano para servir de tampão entre o país e Israel, considerou que a situação está "extremamente grave", apelando num comunicado para "a contenção e para se evitar uma nova escalada" do conflito.
Segundo a Agência Nacional de Informação (ANI, oficial), a artilharia israelita disparou "vários morteiros a partir das suas posições na fronteira" para junto de duas aldeias do sul do Líbano, após o lançamento de "vários 'rockets' do tipo Katyusha" sobre Israel.
Questionado pela agência de notícias francesa AFP pouco depois das 13:00 TMG (14:00 em Lisboa), um porta-voz militar israelita afirmou que o exército não tinha "até agora" ripostado.
Um habitante de Qlailé disse ter "ouvido mais de uma quinzena de 'rockets' a serem disparados a partir das imediações da aldeia", antes de o exército israelita reagir bombardeando o setor.
Trata-se do maior disparo de 'rockets' do sul do território libanês para Israel desde a guerra que opôs em 2006 o Hezbollah pró-iraniano a Israel.
Os disparos de 'rockets', que não foram ainda reivindicados, ocorreram após a violência na mesquita Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém oriental, onde a polícia israelita entrou para expulsar à cacetada fiéis palestinianos.
O Hezbollah, poderoso movimento pró-iraniano do Líbano, fortemente implantado no sul do país, anunciou durante a manhã de hoje apoiar "todas as medidas" que as organizações palestinianas adotarem contra Israel, após os atos de violência na mesquita Al-Aqsa.
Numa declaração hoje à tarde divulgada pela estação de televisão por satélite libanesa propriedade e operada pelo Hezbollah, Al-Manar, um dos principais dirigentes do movimento, Hachem Safieddin, advertiu Israel.
"Se os sionistas pensam que podem profanar a mesquita Al-Aqsa, devem saber (...) que isso poderá fazer incendiar toda a região", afirmou.
"Há centenas de milhões de muçulmanos prontos para dar o seu sangue por Al-Aqsa", terceiro lugar santo do Islão, acrescentou.
Por sua vez, Israel atribuiu o ataque de hoje, com 34 'rockets' disparados do sul do Líbano sobre o seu território, às milícias palestinianas instaladas no sul do país vizinho.
"O Hamas ou a Jihad Islâmica", disse um porta-voz militar israelita.
O último incidente entre o Líbano e Israel remonta a 25 de abril de 2022, quando um 'rocket' foi disparado do sul do Líbano para o norte do Estado hebreu, desencadeando fogo de retaliação israelita.
O Hezbollah, inimigo de Israel, mantém boas relações com o movimento palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e com a Jihad Islâmica palestiniana.
Em 2006, o último grande confronto entre Israel e o Hezbollah, uma guerra que durou um mês, fez mais de 1.200 mortos do lado libanês, na maioria civis, e 160 do lado israelita, na maioria militares.
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