Com o progressivo aumento do custo da guerra na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, enfrenta uma onda de contestação no seio dos municípios. O chefe de Estado estará, por isso, a implementar um ‘programa de privilégios’ junto das administrações de regionais, numa tentativa de manter a lealdade dos funcionários.
Os vice-governadores estarão a ser incentivados a responder às necessidades dos autarcas, através da instalação de máquinas de venda automática em edifícios estatais, de condições preferenciais para empréstimos bancários, e de lugares de estacionamento gratuitos, segundo avançou o meio independente Verstka, na quarta-feira.
Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra, estes incentivos “estranhos” não passarão de uma medida para camuflar “o fardo colocado nas entidades regionais”. Na verdade, o organismo considerou que as medidas não terão um impacto significativo.
Isto porque, conforme recordou a instituição, o Kremlin tem procurado “colocar o ónus nas autoridades regionais russas para mobilizar e financiar a guerra, e as regiões russas continuam a suportar o peso da tomada de decisões, a nível demográfico e económico”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.401 civis desde o início da guerra e 14.023 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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