Violência jihadista? EUA preparam apoio de longo prazo a países africanos

Os Estados Unidos preparam-se para dar apoio a longo prazo à Costa do Marfim, Benim e Togo, países que têm sido fustigados com a propagação da violência jihadista da zona do Sahel para as regiões costeiras da África Ocidental.

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Lusa
08/04/2023 13:12 ‧ 08/04/2023 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

A informação é avançada, na sexta-feira, pela agência de notícias France-Presse que cita funcionários do Departamento de Estado. Segundo a AFP, esse apoio será também fundamental para impedir o avanço nos países do Sahel de mercenários da empresa russa de segurança privada Wagner, destacados nomeadamente no Mali - embora os coronéis no poder em Bamako os apresentem como "instrutores" militares.

O Sahel, na fronteira com a Guiné-Bissau, é uma faixa com cerca de 700 quilómetros de largura e 5.400 quilómetros de extensão, que funciona como uma fronteira natural no continente africano. Esta faixa estende-se entre o deserto do Saara, a norte, e a savana do Sudão, a sul, e entre o oceano Atlântico, a oeste, e o Mar Vermelho, a leste.

Atravessa a Gâmbia, Senegal, parte da Mauritânia, o centro do Mali, o norte do Burquina Faço, sul da Argélia, Níger, norte da Nigéria e dos Camarões, parte central do Chade, centro e sul do Sudão, norte do Sudão do Sul e a Eritreia.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em visita ao Gana em março como parte do crescente esforço dos EUA em África, prometeu 100 milhões de dólares ao longo de 10 anos para aumentar a resiliência nas regiões costeiras da África Ocidental. O Departamento de Estado está também a procurar fundos adicionais, incluindo do orçamento da luta contra o terrorismo.

"É uma preocupação para nós devido à capacidade dos governos existentes que nunca enfrentaram uma ameaça como esta", disse Michael Heath, secretário de Estado adjunto para a África Ocidental.

"Estamos a tentar ver de que instrumentos necessitam", acrescentou Heath, que regressou recentemente de uma viagem à região com outros funcionários do Departamento de Estado para avaliar as necessidades.

Quanto ao grupo Wagner, o secretário de Estado disse que "ainda não têm presença nos países costeiros da África Ocidental".

"Mas sabemos que estão à procura de oportunidades para tirar partido da instabilidade onde quer que a encontrem", admitiu Heath.

Os funcionários do Departamento de Estado dos EUA acreditam que as zonas costeiras da África Ocidental só poderiam ser dominadas pela violência se houvesse um alastramento do norte para o Sahel, mas salientam que a instabilidade pode ser alimentada por fatores locais e pela competição por recursos exacerbada pelas alterações climáticas.

"Queremos obviamente ajudar os governos que estão mais interessados numa abordagem abrangente e numa boa governação para lidar com os problemas no Norte (do seu território), onde os recursos são mais limitados", disse Gregory LoGerfo, um alto funcionário anti-terrorismo do Departamento de Estado, na viagem.

Leia Também: Centro Ismaili? "Se é terrorismo ou não, é uma questão por determinar"

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