De acordo com a agência de notícias AFP, a operação, que deverá ser concluída hoje com exercícios com munição real, foi lançada em resposta a uma reunião na semana passada entre o Presidente taiwanês, Tsai Ing-wen, e um alto responsável dos Estados Unidos.
Eis o arsenal militar utilizado nestas manobras militares:
*** Navios de guerra ***
O exército chinês confirmou hoje que mobilizou o porta-aviões Shandong como parte desta operação, chamada "Joint Sword".
O Shandong é um dos dois porta-aviões da China, o único totalmente construído no país e entrou em serviço em dezembro de 2019.
De acordo com declarações realizada hoje por militares, esta é a primeira vez que o Shandong participa em manobras militares, que incluem o cerco de Taiwan.
A China também enviou contratorpedeiros e fragatas para Taiwan. O Ministério da Defesa taiwanês declarou hoje que detetou 11 navios chineses ao redor da ilha.
O arsenal chinês inclui contratorpedeiros 052C e fragatas 054A.
O modelo 054A é destinado ao combate antiaéreo e está equipado com mísseis terra-ar de médio alcance HQ-16, capazes de atingir alvos aéreos a 50 quilómetros de distância, de acordo com a Naval Technology, uma revista especializada em defesa.
Horas antes da reunião realizada na quarta-feira, na Califórnia, entre Tsai e o líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, a China já havia deslocado o seu porta-aviões Shandong para águas a sudeste de Taiwan, rumo ao Pacífico Ocidental.
*** Aeronaves ***
Pequim utilizou dezenas aeronaves no espaço aéreo em torno de Taiwan, incluindo caças J-16 e J-10C.
Os jatos J-16, modelos de última geração projetados pela Shenyang Aircraft Corporation, são capazes de transportar mísseis de combate de curto alcance, bem como mísseis ar-ar de longo alcance, de acordo com o jornal Global Times.
As aeronaves foram usadas no passado em incursões chinesas na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ). Os jatos J-16 são os caças preferidos de Pequim para testar a defesa antiaérea da ilha, segundo os especialistas.
A operação lançada no sábado também inclui aviões de alerta e vigilância KJ-500, que têm cobertura de radar de 360 graus, de acordo com a empresa Janes.
Os meios de comunicação estatais chineses também noticiaram o deslocamento de aeronaves Y-8, que permite a deteção de submarinos, modelo já utilizado em patrulhas no Mar da China Oriental.
*** Mísseis ***
O exército chinês também utilizou nesta operação mísseis YJ-12B em exercícios a bordo de navios e em fogo simulado contra Taiwan.
Há poucas informações disponíveis sobre esse modelo, uma versão terrestre do míssil supersónico YJ-12, que tem alcance de 460 quilómetros e pode transportar ogivas nucleares e convencionais, segundo a Missile Defense Advocacy Alliance, um organismo sediado nos Estados Unidos.
Os mísseis balísticos DF-11 e DF-15, convencionais e de curto alcance, também foram mobilizados para estes exercícios.
Ambos os modelos estão em uso há décadas, com o mais novo DF-15 capaz de "atingir Taiwan, a Península Coreana e o norte da Índia a partir da China continental", de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington.
As forças armadas chinesas "simularam tiros de precisão conjuntos" sobre Taiwan no fim de semana, de acordo com a emissora estatal CCTV.
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