Dez migrantes africanos mortos em naufrágio ao largo da Tunísia
Pelo menos 10 migrantes oriundos da África subsaariana que procuravam chegar clandestinamente à Europa morreram na sequência de um naufrágio ao largo da costa da Tunísia, no Mar Mediterrâneo, anunciaram hoje as autoridades tunisinas.
© Reuters
Mundo Migrações
"Conseguimos resgatar 72 migrantes e recuperar 10 corpos após o naufrágio da embarcação, que ocorreu na terça-feira" ao largo de Sfax, no centro leste da Tunísia, indicou o porta-voz da Guarda Nacional da Tunísia, Hossem Jebali.
Jebali precisou que as vítimas mortais são migrantes provenientes da África subsaariana e que estão ainda dadas como desaparecidas entre 20 a 30 outras pessoas que seguiam a bordo da embarcação precária.
Por outro lado, num comunicado, a Guarda Costeira tunisina afirmou ter impedido, também na terça-feira, uma outra "operação de passagem ilegal das fronteiras marítimas" ao largo do norte do país, em que foram resgatados 76 migrantes, quatro deles tunisinos.
Outros 27 migrantes procedentes da África subsaariana morreram ou estão desaparecidos após dois outros naufrágios ocorridos na sexta-feira e no sábado ao largo da costa da Tunísia.
No final de março, os corpos de outros 29 migrantes da África subsaariana foram recuperados após três naufrágios ocorridos na costa da Tunísia.
A Tunísia, com alguns trechos da costa a menos de 150 quilómetros da ilha italiana de Lampedusa, regista com muita regularidade incursões de migrantes, principalmente de países da África subsaariana, que pretendem chegar à Europa, via Itália.
As tentativas de chegada intensificaram-se após um discurso violento em 21 de fevereiro proferido pelo Presidente da Tunísia, Kais Saied, em que criticou a imigração ilegal.
Saied afirmou que a presença na Tunísia de "hordas" de imigrantes ilegais da África subsaariana era uma fonte de "violência e de crime", salientando que tal faz parte de um "empreendimento criminoso" destinado a "mudar a composição demográfica" do país.
Após este discurso, grande parte dos 21.000 cidadãos da África subsaariana registados oficialmente na Tunísia, e uma grande quantidade de outros em situação irregular, perderam os empregos, geralmente informais, e a autorização de residência como resultado da campanha contra os imigrantes ilegais.
A maioria dos migrantes africanos chega à Tunísia e depois tenta imigrar ilegalmente por mar para a Europa.
Na sexta-feira, a Guarda Nacional anunciou ter resgatado ou intercetado nos primeiros três meses deste ano 14.406 pessoas, das quais 13.138 de países da África subsaariana, sendo as restantes tunisinas, números cinco vezes superiores aos registados no mesmo período de 2022.
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