Relação UE-China "impossível" se Pequim não procurar solução política

Borrell pede a Pequim que reconheça que a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin é uma "grave violação da lei internacional".

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Notícias ao Minuto com Lusa
14/04/2023 09:11 ‧ 14/04/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que seria "extremamente difícil, se não impossível" para a Europa confiar na China se esta não procurar uma solução política para a guerra na Ucrânia.

Borrell acrescentou,  no seu blogue pessoal, no mesmo dia em que tinha previsto discursar em Pequim, que "a neutralidade diante da violação do direito internacional não é credível".

Borrell pede a Pequim que reconheça que a invasão da Ucrânia por Vladimir Putin é uma "grave violação da lei internacional".

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros diz ainda que seria "útil" que o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mantivessem conversações e que Pequim fornecesse "ajuda humanitária mais substancial ao povo ucraniano maltratado".

"A neutralidade face à violação do direito internacional não é credível. Não pedimos a ninguém para se alinhar com as nossas próprias posições. Pedimos, simplesmente, para que se admita e reconheça que, neste caso, se verificou uma grave violação do Direito Internacional. Por isso, creio que seria útil que o Presidente Xi (Jinping) fale com o Presidente (ucraniano, Volodymir) Zelensky", propõe. 

Para Borrel, a República Popular da China pode desempenhar um papel de mediador no conflito, tal como sucedeu recentemente "no Médio Oriente ao facilitar o restabelecimento das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irão". 

"A Europa defende a Ucrânia e prepara-se para, um dia, receber o país na família europeia. Mas, hoje a segurança da Europa também está em jogo na Ucrânia. É por isso que vamos continuar a apoiar a Ucrânia de todas as formas imagináveis: militar, financeira, política, diplomática e humanitária", refere Borrell no discurso. 

"O apoio da União Europeia à Ucrânia não é, de modo nenhum, a expressão de uma forma de lealdade ou submissão a outra grande potência, como ouço dizer, mas sim a expressão da nossa própria vontade. Por favor, compreendam isto. Nós estamos a lutar pelo nosso próprio destino", diz Borrell referindo-se às críticas contra o bloco europeu que referem que se encontra sob as ordens dos Estados Unidos.  

O Alto Representante tinha previsto iniciar na quinta-feira uma viagem à República Popular da China que deveria prolongar-se até sábado, mas está infetado com Covid. Borrell tinha previstos encontros com o ministro para a Segurança Nacional da República Popular da China, Li Shangfu e com o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A deslocação de Borrell a Pequim foi agendada depois das deslocações do Presidente francês Emmanuel Macron, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que também pediram ao chefe de Estado chinês para interceder junto da Rússia e para estabelecer contactos com o Presidente ucraniano, tal como os contactos que mantém com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin.

Leia Também: Rússia diz ter afundado um tanque Leopard em Kherson

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