Cartum regista mais explosões e caos mesmo com apelos para cessar-fogo
A capital do Sudão, Cartum, registou hoje mais explosões e confrontos de artilharia no solo contra aviões que tentam ultrapassar as barreiras colocadas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF), apesar dos apelos gerais para um cessar-fogo.
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Mundo Sudão
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), a situação continua caótica na capital sudanesa apesar dos apelos da comunidade internacional e dos vizinhos regionais, que tentam suspender ou parar o confronto que eclodiu no sábado e que já fez pelo menos 180 mortos e mais de 1.800 feridos.
Nos céus sobre a capital, os aviões do exército do general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do país desde o golpe de 2021, estão a tentar ultrapassar o fogo intenso dos paramilitares (RSF) liderados pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestrou em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornou inimigo desde sábado.
Apesar dos apelos da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 no Japão, da ONU e dos EUA "para pôr fim imediato à violência", os combates continuam na capital sudanesa.
O surto de violência surgiu no fim de semana entre os dois principais generais sudaneses, cada um deles apoiado por dezenas de milhares de combatentes fortemente armados, levando milhares de pessoas a permanecerem desde então nas suas casas ou em outros abrigos, com os mantimentos a esgotarem e vários hospitais a serem forçados a encerrar os serviços.
Face à tragédia em curso, diplomatas de diferentes países tentaram sem êxito negociar uma trégua, e o Conselho de Segurança da Nações Unidas foi convocado para discutir a crise.
A luta pelo poder colocou o general Abdel Fattah al-Burhan, comandante das forças armadas, contra o general Mohammed Hamdan Dagalo, chefe das Forças de Apoio Rápido, um grupo paramilitar, numa reviravolta face à organização conjunta de um golpe militar em outubro de 2021.
Agora, a violência trouxe o espectro da guerra civil, numa altura em que os sudaneses estavam a tentar incrementar um governo democrático e civil, após décadas de governo militar.
Sob pressão internacional, Burhan e Dagalo tinham recentemente acordado num acordo-quadro com partidos políticos e grupos pró-democracia, mas a assinatura foi repetidamente adiada à medida que as tensões aumentavam entre as duas fações em resultado da integração das RSF nas Forças Armadas e da definição da futura cadeia de comando.
Apenas há quatro anos, o Sudão inspirou esperança após uma revolta popular, ajudando a depor o líder autocrático de longa data Omar al-Bashir, mas a agitação desde então, especialmente o golpe de 2021, frustrou o impulso democrático e arruinou a economia.
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