EUA. Força Aérea investiga base de onde Jack Teixeira retirou documentos
A Força Aérea norte-americana abriu a sua própria investigação para tentar descobrir como um membro da Guarda Aérea Nacional teve acesso e distribuiu possivelmente centenas de documentos altamente confidenciais, disseram hoje fontes oficiais.
© Reuters
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Perante o Congresso, o secretário da Força Aérea, Frank Kendall, disse que instruiu o inspetor-geral da Força Aérea a examinar a unidade da Guarda Aérea com sede em Cape Cod (Massachusetts) onde servia o aviador de primeira classe Jack Teixeira, assim como "qualquer outro indicador de falha que esteja associado a essa fuga de informação" e que permitiu que esta acontecesse.
Teixeira, de 21 anos, foi acusado na sexta-feira, num tribunal em Boston, de remoção e retenção não autorizadas de informações classificadas e de defesa nacional.
O jovem voltará novamente a tribunal para uma audiência na quarta-feira.
A fuga de informação levantou questões sobre como é que um único membro da Guarda Aérea Nacional poderia ter removido tantos documentos sem ser detetado, porque é que não havia verificações de segurança e como é que os documentos permaneceram 'online' durante semanas sem serem detetados.
"Como é que esse guarda pode pegar nessas informações e distribuí-las eletronicamente ao longo de semanas, senão meses, e ninguém saber disso?", questionou o senador Democrata Jon Tester, pedindo aos líderes da Força Aérea que testemunhassem perante uma subcomissão de Defesa do Senado.
Essas são perguntas para as quais também a Força Aérea procura respostas.
Para informações ultrassecretas trocadas entre os militares, deve haver oficiais de controlo, responsáveis por registar documentos ultrassecretos ativos e garantir que eles sejam devidamente protegidos ou descartados, através de um triturador ou destruídos por fogo, por exemplo.
Enquanto aguarda o resultado da investigação em curso, a ala de informações da Guarda Aérea de Massachusetts perdeu a missão que lhe tinha sido atribuída.
"A 102.ª Ala de Informações não está atualmente a realizar a sua missão de inteligência atribuída. A missão foi temporariamente reatribuída a outras organizações dentro da Força Aérea", disseram fontes oficiais à agência Associated Press.
Além disso, a Força Aérea está a realizar uma investigação geral para identificar como cada comando lida com informações classificadas, disse aos membros da comissão o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Charles Quinton Brown.
As investigações da Força Aérea somam-se a uma investigações militar lançada na segunda-feira pelo secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.
Austin ordenou que todas as instalações militares que lidam com informações classificadas informem dentro de 45 dias sobre como acedem, compartilham, armazenam e apagam informações secretas do país.
Os documentos divulgados expuseram ao mundo avaliações secretas dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia, as capacidades e interesses geopolíticos de outras nações, entre outras questões de segurança nacional.
Teixeira publicou o material altamente confidencial na Discord, uma plataforma 'online' que começou como um ponto de encontro para jogadores.
"Ele teve acesso a alguns aspetos com base no seu trabalho como administrador 'on-line'. Ele aproveitou esse acesso", disse Brown.
[Notícia atualizada às 20h15]
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