Sudão. Exército e grupo paramilitar anunciam início de trégua de 24 horas
O exército sudanês e o rival grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido comprometeram-se a respeitar um cessar-fogo de 24 horas, que começou hoje ao fim da tarde, depois de ter falhado a trégua anunciada há um dia.
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Mundo Sudão
Os militares disseram em comunicado que a trégua começou às 18:00 locais (17:00 em Lisboa) de hoje e os combates param "para fins humanitários", e que o cessar-fogo durará até ao final do dia de quinta-feira, "dependendo se o outro lado respeita as suas disposições".
O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) tinha anunciado horas antes um novo acordo de cessar-fogo de 24 horas que entraria em vigor esta tarde, após as tréguas acordadas para terça-feira não terem sido respeitadas pelas partes beligerantes no Sudão.
Os combates, que opõem desde sábado o exército às Forças de Apoio Rápido já provocaram pelo menos 270 mortos civis e mais de 2.000 feridos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que cita dados do centro de operações de emergência do ministério da Saúde sudanês.
Numa declaração na rede social Twitter, as RSF anunciaram ter sido "aprovada uma trégua de 24 horas que começa às 18:00 (17:00 em Lisboa) desta quarta-feira e termina às 18:00 de quinta-feira, 20 de abril de 2023".
As duas partes acusaram-se mutuamente de violarem o cessar-fogo acordado na terça-feira.
Os confrontos começaram no sábado entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do RSF, chefiado pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestrou em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornou inimigo.
Apesar dos apelos feitos na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 no Japão, da ONU, e dos EUA "para pôr fim imediato à violência", e da União Africana às partes para protegerem os civis e encetarem um diálogo, os combates continuaram hoje na capital sudanesa.
A violência levou milhares de pessoas a permanecerem nas suas casas ou em abrigos, com os mantimentos a esgotarem-se e vários hospitais a encerrarem os serviços.
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