Pelo menos 16 cidadãos portugueses estão retidos no Sudão na sequência do conflito armado entre o Exército do país e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Segundo avança a RTP, estes são, na maioria, trabalhadores de várias empresas e estão hospedados em hotéis ou em casas particulares.
Estão todos a ter acompanhamento da Embaixada de Portugal no Cairo.
Em entrevista à estação televisiva, João Soares, um dos portugueses retidos no Sudão, apela a uma extração tão rápido quanto possível, mas reconhece a dificuldade. “A informação que nós temos é que estão a ser preparados planos de evacuação, mas, neste momento, também entendemos que não há possibilidade de nenhum avião se aproximar”.
A retirada de avião torna-se difícil, devido aos confrontos. Parte da infraestrutura do aeroporto de Cartum ficou destruída, avançam as agências de notícias internacionais.
As forças do exército chefiado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do país desde o golpe de 2021, estão em confronto com o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) liderado pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti".
Os dois orquestraram juntos o golpe de Estado de 2021, mas as diferenças entre ambos intensificaram-se há algumas semanas, no meio de negociações para chegarem a um acordo final com grupos civis, e no sábado o exército atacou posições das RSF, numa aparente resposta a um ataque anterior.
Apesar dos apelos dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, reunidos no Japão, da ONU e dos EUA para porem um "fim imediato à violência", os combates continuavam hoje na capital sudanesa, Cartum.
Os confrontos já provocaram também mais de 2.000 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde.
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