Há resgates em Moçambique pagos em criptomoeda
Os autores de crimes de rapto em Moçambique exigem o pagamento de resgate através de criptomoeda ou de meios informais para "dificultar" a sua detenção, disse hoje a Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, no parlamento.
© Lusa
Mundo PGR
Os criminosos "têm recorrido a vários esquemas, dentro ou fora do país", afirmou Buchili no segundo dia de apresentação aos deputados da informação anual da atividade do Ministério Público, relativa a 2022.
Os métodos de pagamento incluem dinheiro em numerário, criptomoeda e 'hawali', declarou a chefe da magistratura do Ministério Público moçambicano.
O 'hawali' é um meio de pagamento informal envolvendo intermediários, muito usual entre muçulmanos.
Beatriz Buchili notou que os mandantes e executores de crimes de rapto recorrem a formas de pagamento de resgate fora do controlo das instituições bancárias, para dificultar a prevenção e combate a este tipo de delitos.
Na quarta-feira, a PGR disse no parlamento que a justiça colocou 41 arguidos em prisão preventiva e três em liberdade, por alegado envolvimento em raptos, em 2022, admitindo a "sofisticação e complexidade" deste tipo de crime.
A responsável do Ministério Público moçambicano afirmou que no último ano foram abertos 15 processos-crime relacionados com raptos, quase o mesmo registado em 2021, ano em que foram instauradas 14 ações.
Considerando aquele tipo de crime "sofisticado e complexo", a PGR assinalou que os autores optam agora por esconder as vítimas em cativeiros de "zonas nobres das cidades" e não nos arredores, visando despistar as autoridades.
A PGR reiterou a acusação que já tinha feito em 2021, de que há magistrados, advogados, investigadores da polícia e polícias envolvidos com grupos de raptores.
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