"Nem me deixaram dizer adeus". Menino ucraniano não vê a mãe há um ano
Sasha foi retirado à mãe por soldados russos. Esta é a sua história.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Oleksandr "Sasha" Radchuk tem apenas 12 anos mas a guerra já o fez ver e vivenciar coisas que nenhuma criança da sua idade devia experienciar.
Conforme conta a criança à Sky News, há um ano, em Mariupol, foi arrancado da mãe e enviado para o território ocupado pela Rússia em Donetsk.
Ele não a viu ou falou com ela desde então. Agora só tem sua avó, Lyudmila Syrik, que viajou milhares de quilómetros para encontrá-lo e trazê-lo para casa.
Segundo o meio, a história dramática começou quando o menino foi ferido no olho por estilhaços de um foguete.
“Depois de 24 de fevereiro, estávamos escondidos num porão, não havia eletricidade nem água, não tínhamos comida suficiente, não podíamos comprar nada porque tínhamos cada vez menos dinheiro”, Sasha contou ao jornalista.
A família conseguiu encontrar segurança numa fábrica próxima que abrigava soldados ucranianos e assim ele pôde receber primeiros socorros para o olho ferido.
Os militares ucranianos cuidaram deles até que tiveram que se render quando Mariupol caiu perante os russos. Aí, Sasha e sua mãe, Snizhana Kozlova, de 32 anos, foram levados por soldados russos para um chamado campo de filtração - onde foram separados.
"Eles questionaram a minha mãe e depois disseram que os serviços infantis de Novoazovsk viriam e me levariam para longe dela. Também me disseram que a minha mãe não precisa de mim e que ela nunca vai me trazer de volta", revelou o menino.
"Nem me deixaram despedir, e faz quase um ano desde a última vez que vi minha mãe, desde que ouvi a sua voz", lamenta.
Até hoje Sasha não sabe o que aconteceu com a mãe e foi resgatado pela avó depois de médicos em Donetsk publicarem fotos dele nas redes sociais. Lyudmila viajou pela Ucrânia, Polónia, Bielorrússia e depois pela Rússia para encontrar o neto.
Em março desde ano, a presidente do comitê parlamentar de integração da União Europeia (UE) dava conta de 13 mil crianças ucranianas que já foram deportadas para a Rússia.
Ivanna Klympush-Tsintsadze afirmou que pode haver ainda mais "dezenas de milhares", dando o alerta para o desaparecimento de crianças de origem ucraniana há vários meses.
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