Coreia do Sul repõe Japão como parceiro preferencial após tensões
A Coreia do Sul voltou hoje a colocar formalmente o Japão na lista de parceiros comerciais com tratamento preferencial, três anos após ter baixado o estatuto do país vizinho, devido a uma disputa diplomática.
© Lusa
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As autoridades sul-coreanas disseram esperar que Tóquio eleve também Seul a parceiro comercial preferencial, mas admitiram que essa medida possa levar mais tempo, devido aos procedimentos para rever os regulamentos de exportação do Japão.
A Coreia do Sul divide os parceiros comerciais em dois grupos no que toca à aprovação da exportação de materiais sensíveis, incluindo tecnologia. O período de espera é geralmente de cinco dias para os parceiros preferenciais, enquanto outros países são obrigados a passar por análises caso a caso que podem levar até 15 dias.
Também hoje, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia sul-coreano disse que o país irá restringir ainda mais a exportação de centenas de produtos e componentes industriais e tecnológicos para a Rússia e a aliada Bielorrússia, devido à invasão da Ucrânia.
Até agora, as restrições de Seul abrangiam 57 produtos e componentes, incluindo aqueles ligados à eletrónica e construção naval. A lista irá aumentar para 798 itens a partir de sexta-feira, incluindo exportações ligadas à construção, maquinaria, siderurgia, automóveis, semicondutores e computação avançada.
"Temos planos para trabalhar com os ministérios relevantes para fortalecer a vigilância e a fiscalização para evitar que [os produtos e componente restritos] cheguem à Rússia ou à Bielorrússia por meio de países terceiros", disse o ministério, em comunicado.
Em meados de março, o Japão levantou restrições à exportação de produtos químicos, necessários para fabricar semicondutores, para a Coreia do Sul, horas após o Presidente sul-coreano ter chegado a Tóquio para uma cimeira bilateral.
O ministro do Comércio sul-coreano indicou que o país iria retirar uma queixa apresentada junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), que já tinha sido suspensa em 01 de março.
Lee Chang-yang indicou que os dois países tinham chegado a acordo quanto às restrições aos materiais químicos básicos que as empresas sul-coreanas compram para fabricar ecrãs e 'microchips' de memória.
As limitações foram impostas por Tóquio no início de julho de 2019, alegando razões de segurança.
Semanas mais tarde, num alargamento das restrições, o Governo nipónico anunciou que ia retirar a Coreia do Sul da "lista branca" de parceiros comerciais, um estatuto especial que Seul detinha desde 2004, juntamente com um grupo de 26 países.
Seul não tardou a aplicar a mesma medida, num agravamento da tensão entre os dois países.
A Coreia do Sul vai investir 300 mil milhões de won (214 milhões de euros) para criar o maior centro de produção de semicondutores do mundo, em duas décadas, anunciou no início de março o Ministério da Indústria sul-coreano.
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