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A televisão oculta e a leitura ávida marcam consumo noticioso de Biden

O POLITICO analisou os hábitos mediáticos do atual presidente dos Estados Unidos, que mantém um olho nos ecrãs enquanto faz exercício físico ou se ocupa com reuniões.

A televisão oculta e a leitura ávida marcam consumo noticioso de Biden
Notícias ao Minuto

15:42 - 27/04/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Estados Unidos

O vício de Donald Trump por televisão era bem conhecido por jornalistas e comentadores políticos norte-americanos. Não eram raras as ocasiões em que o antigo presidente reagia, através do Twitter, a reportagens e declarações que ia vendo em direto, sendo um telespetador fiel da Fox News - a emissora ultraconservadora que se manteve fielmente do lado de Trump durante o seu mandato - mesmo enquanto governava (ou devia estar a governar).

Mas, apesar de não ver televisão ao mesmo ritmo que o seu antecessor, Joe Biden é igualmente um ávido consumidor do 'pequeno ecrã'.

Segundo o POLITICO, que esta quinta-feira divulgou uma reportagem sobre os hábitos de consumo do atual 'líder do mundo livre', Biden mantém uma pequena televisão escondida na Sala Oval, mantendo-se a par da cobertura noticiosa e, em particular, do que as cadeias televisivas comentam sobre a sua governação. Também são frequentes as chamadas privadas aos seus escritores e colonistas preferidos, assistindo com cuidado a quem o defende em antena.

"O monitor fica atrás de Biden na outra mesa repleta de fotografias, guardada numa moldura dourada para parecer discreta. Mas quanto não estão câmaras da imprensa ou dignatários presentes, o ecrã de 10x12 polegadas está frequentemente ligado - na CNN", explica Eli Stokols, o correspondente do POLITICO na Casa Branca.

E a Sala Oval - o escritório onde trabalha o presidente dos EUA e, provavelmente, o espaço mais seguro do mundo - não é o único local onde Biden vê televisão.

Seja noutros espaços da Casa Branca ou a bordo do 'Air Force One', a televisão está quase sempre ligada no canal de notícias 24 horas, onde comentadores políticos passam o dia (literalmente) a comentar a realidade e a administração do presidente democrata.

Aliás, o seu dia começa com notícias no ginásio - é bem sabido que Joe Biden, ciente da sua idade avançada, dedica a primeira hora do seu horário ao exercício físico, algo que raramente dispensa (Trump, por outro lado, começava o dia a 'tweetar'). E, por isso, o presidente tem uma televisão imediatamente ao lado da bicicleta elítica, para arrancar o dia com a revista de imprensa.

Quanto às chamadas a colonistas e comentadores, fontes contaram ao POLITICO que Biden liga por vezes aos que o defendem e ajudam a promover a agenda da sua administração, mas também procura contactar repórteres experientes para pedir opiniões ou para medir o 'feedback' que as suas medidas estão a ter no eleitorado e na comunicação social. Por exemplo, Thomas L. Friedman, do New York Times, é contactado frequentemente, nomeadamente em questões do Médio Oriente.

A atitude de Biden em relação aos média é, assim, bastante diferente da de Donald Trump. O ex-presidente, mais preocupado com a sua imagem pessoal do que com a aprovação de medidas, elogiava através do Twitter as personalidades ultraconservadoras que o defendessem de críticas, especialmente apresentadores como Tucker Carlson, Alex Jones ou o elenco do programa 'Fox & Friends'.

Outra diferença entre os dois presidentes é a simples leitura. Trump não lia jornais, e muito menos livros. Já Biden fez questão de ter um assessor que lhe trouxesse, todos os dias, o New York Times, o Washington Post e o Wall Street Journal, além de ter à sua disposição clipes de notícias de órgãos focados na comunidade afro-americana, latina e asiática.

Ainda assim, apesar do consumo exorbitante de notícias, o líder norte-americano não se mostra particularmente contente com a cobertura noticiosa durante o seu mandato. Mas o descontentamento prende-se, não com a avaliação, mas sim com a atenção dada a Trump.

"Apesar de o presidente afirmar a importância da independência da imprensa e do seu papel na democracia - não ouvirão dele queixas sobre 'inimigos do povo' [expressão usada por Donald Trump] -, frequentemente resmunga em privado sobre a cobertura noticiosa ser demasiado focada no seu antecessor e em outras controvérsias fúteis", explica o POLITICO.

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