O conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, considerou, esta quinta-feira, que “não há razão lógica para a Ucrânia não conseguir caças ocidentais”, nomeadamente F-16, a não ser “por indecisão política, medo existencial da Rússia e falta de vontade de ver a vitória da Ucrânia”.
Começando por mencionar os documentos confidenciais do Pentágono divulgados, nos quais “os seus autores dizem que a defesa aérea ucraniana está a enfrentar um deficit e soluções são necessárias”, Podolyak acusou, através da rede social Twitter, os aliados Ocidentais de não darem essas soluções a Kyiv, nomeadamente caças F-16.
“Desde o ano passado dizemos que a Ucrânia precisa de F-16. A lógica da guerra é implacável. A defesa do céu é impossível sem aviação. Ações contraofensivas bem-sucedidas são impossíveis sem o apoio a partir do céu”, disse, atirando que “não há razão lógica para a Ucrânia não conseguir caças ocidentais, exceto por indecisão política, medo existencial da Rússia e falta de vontade de ver a vitória da Ucrânia devido à despreparação para um mundo geopolítico sem o Império Russo”.
E rematou: “A Ucrânia precisa de ajuda para vencer.”
We all have seen so-called "leaked documents". Their authors say that Ukrainian air defense is facing a deficit and solutions are needed. But do we see any solutions? Since last year, we have been saying: Ukraine needs F-16s. The logic of war is ruthless. The defense of the sky… pic.twitter.com/x4512GPu3C
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) April 27, 2023
Recorde-se que, no início desta semana, o responsável lançou farpas aos meios de comunicação norte-americanos que, na sua ótica, ‘pintam’ a Ucrânia como “irracional, infantil e impulsiva”, moldando a opinião pública. Em causa estava a revelação de novas informações contidas nos documentos confidenciais do Pentágono, que davam conta de que a Ucrânia terá sido dissuadida pelos Estados Unidos quanto aos planos de um ataque a Moscovo no aniversário do brotar da guerra.
Podolyak aproveitou a ocasião para apelar, uma vez mais, ao fornecimento de armas por parte dos aliados ocidentais, recordando que “as pessoas estão a morrer”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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