COP28. ONG denunciam que Emirados continuam a atacar direitos humanos

Mais de 40 Organizações Não-Governamentais denunciaram hoje que os Emirados Árabes Unidos continuam a atacar os direitos humanos, o que levou ao encerramento do espaço cívico antes da Cimeira do Clima, que ali se realizar no final de novembro.

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© Dominika Zarzycka/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
01/05/2023 11:37 ‧ 01/05/2023 por Lusa

Mundo

COP28

Num comunicado conjunto, as 41 Organizações Não-Governamentais (ONG), entre as quais a Amnistia Internacional e Human Rights Watch, manifestam a sua "profunda preocupação com a situação dos direitos humanos no país", como a perseguição de ativistas ou a promulgação de leis repressivas.

As ONG lembram que as autoridades dos Emirados Árabes Unidos mantêm detidos injustamente pelo menos 60 defensores dos direitos humanos, ativistas da sociedade civil e dissidentes políticos que foram presos em 2012 devido às suas reivindicações de reforma e democracia.

"Em meados de 2023, muitos dos detidos terão passado quase 11 anos atrás das grades. Alguns foram impedidos de visitar a família e de comunicar com suas famílias durante cinco anos", salientam no comunicado.

Uma vez que os Emirados Árabes Unidos vão acolher, entre 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), as ONG manifestam particularmente a sua "profunda preocupação" com as "severas restrições impostas pelas autoridades aos direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica, que prejudicam gravemente o trabalho da sociedade civil e o espaço para a dissidência política no país".

Além disso, sublinham, o Governo dos Emirados pode tentar utilizar a sua presidência da COP28 para "promover cinicamente uma imagem de abertura e tolerância", apesar de o Estado do Golfo "não respeitar os direitos à liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica".

Os Emirados Árabes Unidos são também um dos maiores produtores de petróleo do mundo e os fundos provenientes da sua vasta indústria de combustíveis fósseis fornecem a maior parte das receitas do Governo do país, afirmaram.

A Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC), a principal empresa de combustíveis fósseis dos Emirados, anunciou recentemente que estava a expandir todos os aspetos das suas operações, apesar do consenso crescente de que não podem ser desenvolvidos novos campos de petróleo, gás ou carvão se os governos quiserem cumprir as metas climáticos globais.

O diretor executivo da ADNOC, Sultan al-Jaber, é o presidente designado da COP28, o que criou uma grande controvérsia entre muitos atores envolvidos nas negociações climáticas.

No final de janeiro, cerca de 450 organizações da sociedade civil pediram ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a demissão de Sultan Al-Jaber como presidente da Conferência do Clima de Abu Dhabi (COP28) devido às suas ligações à indústria petrolífera.

Leia Também: Emirados Árabes Unidos e Qatar preparam reabertura de embaixadas

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