"Será difícil. Todos os grandes do Ocidente estão contra nós. No entanto, do nosso lado está o direito e a justiça", assinalou o chefe de Estado sérvio numa mensagem publicada na rede social Instagram.
"Mas o mais importante é que eles não compreendem quão forte é o amor à liberdade e quão forte e firmemente o podemos preservar, apesar de todas as pressões. Viva a Sérvia!", concluiu.
Vucic tem manifestado frequentemente a sua resistência às pressões da União Europeia (UE) para a adoção de sanções contra a Rússia (no âmbito da ofensiva militar desencadeada contra a Ucrânia), justificando tal postura com uma manifestação de amor da Sérvia à liberdade em relação às exigências vindas do exterior.
No passado fim de semana, o Presidente sérvio disse "não esperar nada" da reunião de Bruxelas, ao considerar que Kurti continuará a não manter uma atitude de cooperação no encontro.
Belgrado e Pristina aceitaram em fevereiro passado um acordo sobre a normalização das suas relações, um compromisso proposto pela UE, com o apoio dos Estados Unidos, na sequência de fortes tensões em dezembro que ameaçaram um reinício do conflito. Apesar deste avanço, as duas partes ainda não acordaram o modo de concretizar o plano.
Em março, Belgrado e Pristina deliberaram um roteiro para avançar nas conversações.
Uma das principais divergências reside na formação de uma associação de municípios sérvios, aprovada pelas duas partes em 2013 mas que o atual Governo de Kurti continua a recusar aplicar.
No entanto, Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral da sua antiga província do sul em 2008, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e que motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Desde então, o Kosovo tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria (perto de 90%) de etnia albanesa e religião muçulmana.
O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.
A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia), também não reconheceram a independência.
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