"A situação na área perto da central nuclear de Zaporíjia está a tornar-se cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa", disse o diretor-geral AIEA, Rafael Grossi, num alerta este sábado, antes do último relatório de ataques, de acordo com a agência Associated Press (AP).
As preocupações do responsável do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas agravaram-se depois de na sexta-feira o governador da área ocupada pela Rússia, Yevgeny Balitsky, ter ordenado a retirada de civis daquela região.
Rafael Grossi salientou estar "extremamente preocupado com a segurança nuclear" e "os riscos de proteção enfrentados pela central".
A central nuclear situa-se perto da linha de frente dos combates e as autoridades ucranianas indicaram que uma mulher de 72 anos foi morta e outras três ficaram feridas quando as forças russas dispararam mais de 30 projéteis em Nikopol, cidade ucraniana próxima da central.
De acordo com uma atualização publicada no Facebook, o Estado-Maior disse que os primeiros civis deslocados tinham obtido a cidadania russa depois de Moscovo ter conquistado a cidade no início da guerra, estando a ser dirigidos para a costa do mar de Azov, ocupada pela Rússia, a cerca de 200 quilómetros a sudeste.
O diretor-geral AIEA assinalou que os especialistas da agência em Zaporíjia "continuam a ouvir bombardeamentos regularmente".
"Devemos agir agora para prevenir a ameaça de um grave acidente nuclear e as suas consequências para a população e para o meio ambiente", disse Grossi, acrescentando que a central "deve ser protegida" e garantindo que irá continuar "a pressionar por um compromisso de todos os lados para alcançar este objetivo vital".
A Rússia tem bombardeado regularmente, desde outubro, as principais instalações de energia da Ucrânia com mísseis e 'drones', pelo que milhões de pessoas têm vivido sem luz nem aquecimento.
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