Rússia proíbe 'jet skis' e transportes por aplicações no Dia da Vitória

A Rússia decretou uma grande operação de segurança na véspera do Dia da Vitória, restringindo o uso de 'drones' e serviços de transportes por aplicações nas suas maiores cidades e até mesmo 'jet skis' nos canais de São Petersburgo.

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© Artem Priakhin/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
08/05/2023 18:30 ‧ 08/05/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Pelo menos 21 cidades russas cancelaram os desfiles militares de 09 de maio -- o marco das comemorações do Dia da Vitória em toda a Rússia contra a Alemanha nazi em 1945.

Autoridades regionais mencionaram "preocupações de segurança" não especificadas ou referiram-se vagamente à "situação atual" pelas restrições e cancelamentos, em plena guerra com a Ucrânia.

Na semana passada, a Rússia foi abalada por relatos oficiais ambíguos de um alegado ataque de dois 'drones' ucranianos contra o Kremlin, pelo qual Kiev negou responsabilidade.

Órgãos de comunicação russos e autoridades acusaram a Ucrânia por outros ataques esporádicos com 'drones', especialmente direcionados a depósitos de combustível perto da fronteira dos dois países, informações não confirmadas por Kiev.

Os desfiles mantêm-se em algumas das maiores cidades da Rússia, como a capital, Moscovo, e São Petersburgo, mas o uso de 'drones' foi proibido.

Em São Petersburgo, muitas vezes chamada de "Veneza do norte" pela sua rede de rios e canais, o uso de 'jet skis' em certas partes da cidade é proibido até 10 de maio.

Na capital russa, os serviços transporte por aplicações foram temporariamente proibidos do centro da cidade.

Inicialmente, esperava-se que apenas um líder estrangeiro participasse do desfile de Moscovo deste ano - o Presidente do Quirguistão, Sadyr Zhaparov, que chegou hoje e avistou-se om o Presidente ucraniano, Vladimir Putin.

Mas na segunda-feira as autoridades anunciaram que o Presidente uzbeque Shavkat Mirziyoyev e o Presidente tajique Emomali Rakhmon, se juntariam a Putin e Zhaparov nas festividades, juntamente com o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, e o líder do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev.

Os dois últimos foram escolhas surpreendentes para a lista de convidados, pois no passado divergiram da linha de Putin.

O Cazaquistão e a Arménia, embora aliados da Rússia, não apoiaram publicamente a guerra na Ucrânia.

Tokayev falou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por telefone várias vezes durante a invasão e também disse a Putin no verão passado que o Cazaquistão não reconheceria as regiões ucranianas ocupadas pela Rússia como estados independentes.

Distanciando ainda mais Kiev de Moscovo, Volodymyr Zelensky disse na segunda-feira que enviou um projeto de lei ao parlamento propondo em 08 de maio um Dia da Memória e da Vitória sobre o nazismo na Segunda Guerra Mundial e um Dia da Europa em 9 de maio.

Zelensky comparou os objetivos da Rússia na Ucrânia aos dos nazis: "Infelizmente, o mal voltou", disse no Telegram. "Embora agora seja outro agressor, o objetivo é o mesmo -- escravização ou destruição".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve viajar para Kiev na terça-feira para marcar o Dia da Europa com Zelensky.

O Dia da Vitória é antecedido por bombardeamentos da Rússia contra a Ucrânia, que levou ao corte de energia em seis grandes regiões do país.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Dia da Vitória? "Hoje vemos outra tentativa de reencarnar nazismo"

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