O tribunal de primeira instância de Argel também condenou um segundo réu no caso, Mahdeb Sofiane, a três anos de prisão por "usar tecnologias de informação para apoiar atos e atividades terroristas", de acordo com dados recolhidos pela agência de notícias estatal argelina APS.
A sentença de hoje soma-se a outra semelhante emitida pelos tribunais argelinos por alegadamente "criar uma organização terrorista" e "atacar a integridade territorial e a unidade nacional" da Argélia.
O procurador de Argel emitiu em setembro de 2021 um mandado de detenção para Mehenni, exilado em França há duas décadas, após ter obtido asilo político naquele país e renunciado à nacionalidade argelina.
O MAK é um movimento que busca a independência da região da Cabília, de maioria berbere.
O Governo argelino publicou em 2021 uma emenda ao Código Penal para ampliar a definição de "terrorismo" e aprovou a criação de uma lista de pessoas e entidades consideradas pelo Governo como organizações terroristas, na qual o MAK foi incluído.
Junto com o MAK, também foi classificado como terrorista o grupo oposicionista Rachad - movimento que defende uma mudança pacífica de regime no país e cujos fundadores incluem ex-integrantes da Frente Islâmica de Salvação (FIS), de orientação islâmica e dissolvida pelas autoridades em 1992 após a eclosão da guerra civil no ano anterior.
O MAK, fundado em plena revolta popular contra o poder central de Argel, durante a chamada "Primavera Negra" de Cabília (2001-2003), descreve-se como um movimento pacífico que procura organizar um referendo sobre a autodeterminação daquela região.
Em 2010, o MAK formou um Governo provisório no exílio, em Paris, liderado por Mehenni.
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