Em Kyiv, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, "explicou em detalhe ao representante especial chinês os princípios de restauração de uma paz duradoura e justa, baseada no respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia", segundo um comunicado divulgado pela diplomacia ucraniana, citado pelas agências internacionais.
Kuleba sublinhou que "a Ucrânia não aceita qualquer proposta que implique a perda dos seus territórios ou o congelamento do conflito", num momento em que Kyiv teme ser pressionada, a longo prazo, a aceitar um compromisso com Moscovo.
Segundo Pequim, Li Hui, representante especial para os assuntos da Eurásia e ex-embaixador chinês em Moscovo, deve discutir a "solução política" do conflito durante a ronda que está a realizar nos próximos dias por vários países na Europa.
Em fevereiro, Pequim ofereceu um plano de 12 pontos para acabar com a guerra, visto com ceticismo pelos ocidentais.
O Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Moscovo em março, oferecendo um apoio simbólico ao homólogo russo, Vladimir Putin. No final de abril, Xi Jinping e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, tiveram uma conversa telefónica, a primeira desde o início da ofensiva russa na Ucrânia.
O chefe da diplomacia da Ucrânia elogiou também o papel importante da China nos esforços de paz, enquanto Kyiv promove a sua própria fórmula para resolver o conflito envolvendo a devolução de todos os territórios ocupados pela Rússia, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014.
Li Hui é esperado "no final do mês" em Moscovo, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrei Roudenko, na noite de terça-feira, sem especificar a data.
"A ideia é dar a conhecer [aos países visitados] as propostas chinesas para um acordo político na Ucrânia e ouvir as opiniões e comentários dos interlocutores envolvidos", disse.
Esta visita de Li Hui a Kyiv ocorre logo após a jornada europeia de Volodymyr Zelensky, durante a qual recebeu a promessa de novas entregas de armas necessárias para lançar uma grande contraofensiva.
A França anunciou, por seu lado, que o enviado chinês estará em Paris no início da próxima semana.
A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, fez este anúncio durante uma audição parlamentar no Senado.
O enviado chinês Li Hui esteve hoje e terça-feira na capital ucraniana e irá deslocar-se a Varsóvia na sexta-feira.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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