"O retorno da Síria [à Liga Árabe] não significa que o problema no país tenha sido resolvido. A Síria aceitou que o seu retorno à Liga faz parte da solução", afirmou Ahmed Abul Gheit num comunicado enviado à rede de televisão Al Arabiya.
Abul Gheit sublinhou que a decisão de restabelecer os laços diplomáticos com Damasco depende de cada país em concreto, reconhecendo que vários Estados da organização se propuseram a ajudar a alcançar o fim do conflito na Síria, que teve início em 2011.
O secretário-geral da Liga Árabe declarou que os recentes acontecimentos internacionais aceleraram o retorno de Damasco à Liga Árabe, destacando que o órgão não suspendeu as comunicações com a Síria nos últimos anos e ajudou a facilitar a entrega de ajuda médica ao país árabe.
As afirmações de Abul Gheit foram proferidas um dia após o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Faisal Mikdad, ter confirmado que o Presidente do país, Bashar al-Assad, chefiará a delegação síria na cimeira da Liga Árabe, que acontecerá na cidade saudita de Jedá, na sexta-feira.
A reincorporação da Síria à organização significa um novo passo na normalização das relações com o mundo árabe, apesar de Al-Assad até agora não ter demonstrado vontade de fazer uma mudança política no país no âmbito do processo de conversações com a oposição.
O Presidente sírio tem tentado, no entanto, aproximar-se de outras nações para obter apoio e, principalmente, financiamento para reativar a economia síria e iniciar a reconstrução.
Nesse contexto, tem usado os terremotos registados em fevereiro no sul da Turquia, que deixaram milhares de mortos no país árabe, como um motivo para exigir recursos e ajuda internacional.
A Liga Árabe reintegrou a Síria na organização em 07 de maio e, três dias depois, o Presidente sírio foi convidado pela Arábia Saudita para participar na cimeira em Jedá.
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