O ataque ocorreu de manhã, no eixo Ivingu-Lubero, quando a equipa regressava da central hidroelétrica de Ivingu, na província de Kivu do Norte.
"Trata-se de uma emboscada dos Mai-Mai (milícias) que acabamos de identificar a seis quilómetros da aldeia de Kivale (eixo Lubero-Ivingu) e que resultou na morte de quatro pessoas, entre as quais três guardas-florestais", disse o administrador militar de Lubero, coronel Alain Kiwewa, citado pelo órgão de comunicação social local Actualité.
Kiwewa disse ainda que havia "dois feridos e uma pessoa desaparecida, nomeadamente um engenheiro", e que foram apreendidas quatro espingardas AK-47.
Os factos foram igualmente confirmados pela direção provincial do Instituto Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN).
Num comunicado, o ICCN precisou que o ataque visava uma equipa de apoio aos projetos de desenvolvimento executados pelo Parque Nacional de Virunga, que era escoltada por guardas-florestais.
O instituto confirmou a morte de quatro pessoas, entre as quais três guardas-florestais e um técnico, bem como seis feridos, entre os quais três membros da equipa e três civis.
"O ICCN enviou todos os feridos para centros de saúde para tratamento adequado e condena veementemente este ataque contra o pessoal civil, os guardas que o acompanham e a população civil", sublinhou o instituto.
O comboio atacado regressava de Ivingu, onde o ICCN construiu uma central hidroelétrica para fornecer eletricidade aos habitantes do Parque Nacional de Virunga.
Os habitantes locais classificam como Mai-Mai as dezenas de milícias armadas que operam no leste do país há décadas, formadas por camponeses e outros civis armados para se defenderem de outros rebeldes e até do próprio exército nacional.
O Parque Nacional de Virunga, Património Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), é uma das áreas naturais com maior biodiversidade do mundo e alberga um quarto da população mundial de gorilas de montanha.
No entanto, esta biodiversidade está ameaçada pela perda de 'habitat' e pela proliferação de caçadores furtivos e grupos armados dentro e à volta do parque.
Cerca de 200 guardas florestais perderam a vida em pouco mais de uma década enquanto protegiam esta área natural, de acordo com o ICCN.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas no país (Monusco), com mais de 16.000 efetivos uniformizados no terreno.
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