Porta-voz nega que Zelensky tenha confirmado queda de Bakhmut
O porta-voz do Presidente da Ucrânia negou hoje que Volodymyr Zelensky tenha confirmado a captura da cidade de Bakhmut pelas forças russas, após declarações ambíguas à margem da cimeira do G7 no Japão.
© Reuters
Mundo Ucrânia
"O Presidente desmentiu a captura de Bakhmut", disse Serguei Nykyforov na rede social Facebook, citado pela agência francesa AFP.
O diálogo com os jornalistas ocorreu no final de um encontro de Zelensky com o homólogo norte-americano, Joe Biden, realizado à margem da cimeira de Hiroxima.
De acordo com a AFP, a pergunta foi a seguinte: "Presidente Zelensky, Bakhmut ainda está nas mãos dos ucranianos? Os russos dizem que tomaram Bakhmut".
"Penso que não", respondeu Zelensky, embora não tenha ficado claro se estava a responder à primeira ou à segunda parte da pergunta, segundo a agência noticiosa francesa.
O porta-voz presidencial disse que a resposta de Zelensky se referia à questão da reivindicação russa da tomada de Bakhmut, e não sobre se as tropas ucranianas ainda controlavam a cidade, de acordo com a agência ucraniana Ukrinform.
Em seguida, virando-se para o jornalista que tinha feito a pergunta, afirmou: "o que tem de compreender é que não lá existe nada, todos os edifícios foram destruídos".
"Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
Também a agência norte-americana AP noticiou que Zelensky disse acreditar que a cidade tinha caído, que tinha sido completamente destruída pelos russos e que só estava agora nos corações dos ucranianos.
Zelensky agradeceu ainda aos soldados que lutaram contra as tropas russas durante oito meses em Bakhmut.
"Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram", afirmou.
A tomada de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin.
A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.
Já hoje, o Ministério da Defesa da Rússia reafirmou, em comunicado citado pela agência oficial TASS, "a libertação da cidade de Artemovsk", usando o nome russo de Bakhmut.
Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Apesar de não ser considerada uma cidade estratégica, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ambos os lados, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), com sede em Washington, considerou que a captura russa do último terreno que restava em Bakhmut "não é significativa do ponto de vista tático ou operacional".
O controlo da área "não concede às forças russas um terreno operacionalmente significativo para continuarem a conduzir operações ofensivas", nem para "se defenderem de possíveis contra-ataques ucranianos", acrescentou o ISW, que elabora análises diárias sobre a guerra na Ucrânia.
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