Zelensky nega conquista de Bakhmut e compara destruição à de Hiroshima
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reafirmou hoje que Bakhmut não está ocupada pela Rússia e comparou o nível de destruição da cidade do leste da Ucrânia ao provocado pelo bombardeamento atómico de Hiroshima, em 1945.
© Getty Images
Mundo Ucrânia
Bakhmut "não está ocupada pela Rússia a partir de hoje", disse Zelensky durante uma conferência de imprensa no Parque da Paz em Hiroshima, no final da cimeira do G7.
Zelensky disse que não podia partilhar informações exatas devido a táticas militares e que o mais grave seria as tropas ucranianas serem cercadas "se houvesse um erro tático em Bakhmut".
Reafirmou que a Ucrânia tem tropas de apoio em Bakhmut e que testemunhas asseguram que a cidade "não está ocupada pela Federação Russa".
"Não há várias formas de interpretar isto", respondeu, citado pela agência espanhola EFE, quando questionado sobre a confusão causada por comentários que tinha feito anteriormente em Hiroshima.
No final de um encontro com o homólogo norte-americano, Joe Biden, Zelensky respondeu de uma forma ambígua à pergunta sobre se as tropas de Kiev ainda estavam a lutar em Bakhmut ou se a cidade tinha sido conquistada pela Rússia.
"Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações", disse também, na altura.
A conquista total de Bakhmut foi anunciada, no sábado, pelo chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin.
A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.
Zelensky insistiu, na conferência de imprensa, que Bakhmut está totalmente destruída após oito meses de combates, naquela que é considerada a batalha mais longa e sangrenta da guerra russa contra a Ucrânia.
"Posso dizer honestamente que as imagens de Hiroshima destruída me fazem lembrar Bakhmut. Não resta absolutamente nada vivo, todos os edifícios estão destruídos (...), destruição absoluta e total", disse Zelensky, citado pela agência francesa AFP.
"Hoje, Hiroshima é uma cidade reconstruída e nós sonhamos em reconstruir as nossas cidades que estão atualmente em ruínas", acrescentou o líder ucraniano.
Situada a meia centena de quilómetros da capital da região de Donetsk, Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Apesar de não ser considerada uma cidade estratégica, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ucranianos e russos, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates.
Imagens aéreas de Bakhmut mostram edifícios queimados e em ruínas, e ruas cheias de destroços.
Os bombardeamentos atómicos dos Estados Unidos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 06 e 09 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, forçaram o Japão a render-se.
O bombardeamento atómico de Hiroshima matou cerca de 140.000 pessoas, que Zelensky homenageou hoje, no monumento que lhes é dedicado.
Num ato sóbrio e muito simbólico, Zelensky depositou uma coroa de flores brancas, com fitas de cores amarela e azul da Ucrânia, em frente ao monumento, ao lado do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Antes da cerimónia, Zelensky visitou o Museu do Memorial da Paz, situado nas proximidades, que exibe artefactos e fotos que testemunham o horror provocado pela bomba atómica em Hiroshima.
Leia Também: Biden garante que Putin "não quebrará" determinação em apoiar Kyiv
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com