De acordo com o comunicado conjunto dos dois países, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores saudita, embora no primeiro dia de tréguas, segunda-feira, se tenham registado "menos combates em Cartum", a capital do Sudão, "houve violações do cessar-fogo de sete dias", que entrou em vigor na segunda-feira à noite, para abrir caminho à chegada de ajuda humanitária urgente, após cinco semanas de combates.
Os mediadores, "a Arábia Saudita e os Estados Unidos constataram que as duas partes também não cumpriram (o ponto de) evitar ganhos militares durante as 48 horas que antecederam a entrada em vigor do cessar-fogo", alcançado após três semanas de negociações indiretas na cidade saudita de Jeddah, refere a nota.
"Embora tenha havido menos combates em Cartum, (os mediadores) informaram as partes de que foram cometidas violações, incluindo operações de ataque [na cidade de] Al Obaied (Oeste), bem como ataques aéreos e utilização de armas", acrescentou o documento divulgado ao início da noite desta terça-feira.
O acordo de cessar-fogo, assinado no sábado, inclui uma série de cláusulas como evitar danos a civis, ocupar ou usar para fins militares instalações civis, especialmente centros de saúde ou de serviços, mas também exige que as partes evitem aproveitar a pausa para reforçar a sua posição militar, ou para obter ganhos militares.
"A Arábia Saudita e os Estados Unidos apelam às partes para que honrem os compromissos que assumiram, a fim de prestar a assistência necessária" aos sudaneses, acrescentou.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, avisou também terça-feira à noite que os EUA "não hesitarão em utilizar os instrumentos" à sua disposição para preservar o cessar-fogo no Sudão.
Este é o oitavo período de trégua no Sudão em pouco mais de um mês e o segundo em sete dias. Nenhum dos períodos de tréguas anteriores foi respeitado pelo exército ou pelas FAR.
A atual trégua é a única que conta com uma comissão de supervisão, composta por representantes dos mediadores e das partes beligerantes para controlar a cessação das hostilidades.
Desde o seu início, em meados de abril, o conflito no Sudão já matou mais de 700 civis e feriu mais de 5.000, além de ter provocado a deslocação interna e externa de mais de 1,1 milhões de pessoas, na sua grande maioria mulheres e crianças, segundo as Nações Unidas.
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