"Como Partido da Vitória, decidimos apoiar Kiliçdaroglu na segunda volta", disse Ozdag numa conferência de imprensa, depois de se ter reunido com o líder da oposição, em Ancara.
Com uma forte retórica anti-imigração, o partido de Ozdag, aliado ao Partido da Justiça, obteve pouco mais de 2 por cento dos votos nas eleições legislativas realizadas a 14 deste mês, em simultâneo com a primeira volta das presidenciais, nas quais Erdogan obteve 49,5% e Kiliçdaroglu 44,8%.
Sinan Ogan, terceiro candidato presidencial mais votado, com 5,17% dos votos, foi o escolhido pelos partidos da Vitória e da Justiça para a votação para a chefia do Estado.
Após o anúncio dos resultados da primeira volta, Ogan afastou-se da aliança e declarou apoio a Erdogan.
"O problema mais importante da Turquia é o regresso de 13 milhões de requerentes de asilo que abandonaram a sua terra natal. Não é possível à Turquia ultrapassar os seus problemas económicos sem devolver estes 13 milhões à sua pátria e sem impedir a chegada de novos refugiados através de políticas decisivas", afirmou hoje Ozdag.
Ozdag justificou a decisão de apoiar Kiliçdaroglu com o facto de o líder da oposição também ter prometido organizar a saída dos refugiados do país, enquanto o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, o mais votado nas eleições parlamentares e presidenciais, não tem uma política clara sobre a questão.
Nesse sentido, Ozdag exortou não só os seus apoiantes, mas toda a nação, a apoiar o rival do atual presidente.
"Se não querem preocupar-se quando a vossa filha sai à rua, se querem mandar o vosso filho ao supermercado em segurança às 21:30, apoiem os políticos que vão enviar 13 milhões de requerentes de asilo para a sua terra natal e que votem em Kiliçdaroglu", afirmou.
No encontro que antecedeu a sua presença na conferência de imprensa, Kiliçdaroglu e Ozdag assinaram um protocolo que inclui o compromisso de, entre outros objetivos, repatriar "refugiados e fugitivos" da Turquia no prazo de um ano.
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