Armas nucleares de Moscovo na Bielorrússia? "Levará a nova escalada"

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou hoje a transferência de armas nucleares táticas russas para a Bielorrússia, considerando a medida "um passo que levará a uma nova escalada extremamente perigosa".

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© Philipp von Ditfurth/picture alliance via Getty Images

Lusa
26/05/2023 23:01 ‧ 26/05/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Para a UE, a decisão é contrária a vários compromissos internacionais de ambos os países, que entre outras disposições exigem que a Bielorrússia elimine todas as armas nucleares do seu território.

"O regime bielorrusso é cúmplice da guerra de agressão ilegal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia. Apelamos às autoridades bielorrussas para encerrar imediatamente o seu apoio à guerra agressiva da Rússia e a reverter decisões que só podem contribuir para aumentar as tensões na região e minar a soberania da Bielorrússia", frisou o alto representante para a Segurança e Política Externa, em comunicado.

"Qualquer tentativa de agravar ainda mais a situação será recebida com uma reação enérgica e coordenada", garantiu Borrell.

Os ministros da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, e da Bielorrússia, Viktor Khrenin, assinaram esta quinta-feira em Minsk uma série de documentos que regulam o armazenamento de armas nucleares táticas russas em território bielorrusso.

"No contexto de uma escalada extremamente forte de ameaças e da atividade de missões nucleares conjuntas da NATO, somos obrigados a tomar medidas de retaliação na esfera militar-nuclear", apontou Shoigu.

O ministro da Defesa russo enfatizou que enquanto a Rússia implanta armas nucleares não estratégicas no território da Bielorrússia, Moscovo manterá o controlo sobre estas e a decisão sobre o seu eventual uso.

Em março, Vladimir Putin indicou que tinha já acertado com o homólogo bielorrusso a intenção de Moscovo instalar armas nucleares táticas de curto alcance na Bielorrússia.

A assinatura do acordo ocorre numa altura em que a Rússia se prepara para enfrentar uma aguardada contraofensiva da Ucrânia.

A Rússia e a Bielorrússia têm um acordo de aliança ao abrigo do qual o Kremlin subsidia a economia bielorrussa, através de empréstimos e descontos no petróleo e no gás russos.

Leia Também: Armas nucleares? "Não podemos deixar que última chantagem nos detenha"

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