O episódio foi o mais violento dos primeiros dias dos protestos pró-democracia que abalaram Hong Kong nesse ano, com milhões de manifestantes a organizarem marchas e concentrações durante várias semanas.
Na noite de 1 de julho de 2019, quando se assinalava o 22.º aniversário da transferência de Hong Kong do Reino Unido para a China, manifestantes atacaram o Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento de Hong Kong, depois de forçarem a entrada e exibirem a bandeira da era colonial britânica. Os manifestantes partiram janelas e pintaram as paredes com graffiti.
As 13 pessoas que estão a ser julgadas a partir de hoje enfrentam acusações de participarem num motim, um crime punível com uma pena de prisão de até dez anos.
Sete dos suspeitos declararam-se culpados no início da audiência, em troca da retirada de outras acusações.
"Nunca me arrependi da minha luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia", disse Althea Suen, que se declarou culpada, numa mensagem publicada na rede social Facebook, no início do julgamento. "Os meus pensamentos continuarão a ser livres quando estiver na prisão".
Os seis arguidos que não se declararam culpados de participarem num motim enfrentam outras acusações, como entrada ilegal no parlamento e "danos criminais", crimes que podem implicar uma pena de prisão perpétua.
O julgamento deverá ter uma duração de 44 dias.
Mais de dez mil pessoas foram detidas na sequência dos protestos de 2019, um dos maiores desafios às autoridades de Pequim desde a transferência de poder em 1997, que levou a China a impor na região, em 2020, uma lei de segurança nacional.
Cerca de 2.900 pessoas foram acusadas por crimes relacionados com os protestos.
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