Mnangagwa tinha prometido anunciar a data das eleições legislativas e presidenciais durante o fim de semana, mas a data ainda era desconhecida hoje, sabendo-se que deverão realizar-se dentro de meses.
O porta-voz do Presidente declarou à imprensa na segunda-feira que a data seria anunciada "em devido tempo".
"O senhor Mnangagwa está a manter as datas do escrutínio no escuro. As pessoas têm de se organizar, algumas delas têm de pedir dias de folga, outras na diáspora têm de regressar", criticou Chamisa, em declarações à imprensa, quando foi verificar a sua inscrição nos cadernos eleitorais no seu círculo eleitoral na capital, Harare.
De acordo com a lei eleitoral zimbabueana, a data das eleições deve ser anunciada 90 dias antes do dia da votação.
O partido de Nelson Chamisa, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC, na sigla em inglês), denunciou na segunda-feira "graves anomalias" no registo eleitoral.
Alguns dirigentes da oposição queixaram-se de que tinham sido retirados das listas, enquanto outros descobriram que foram registados em assembleias de voto muito distantes daquelas onde habitualmente estavam inscritos.
Segundo eles, centenas de zimbabueanos encontram-se na mesma situação.
A oposição questionou a determinação do governo em organizar uma eleição "justa e credível" e referiu-se a uma tentativa "deliberada" de eliminar qualquer oposição nas urnas.
A comissão eleitoral garantiu que está "a trabalhar para corrigir todos os erros".
Durante meses, o CCC acusou o governo de reprimir a oposição, com as reuniões a serem alvo de medidas que as impossibilitam e os líderes detidos.
Em 2018, Mnangagwa venceu por pouco as eleições presidenciais (50,8%) num escrutínio marcado pela violência.
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