OSCE condena violência contra cidadãos e forças de segurança no Kosovo

O representante especial da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para o sudeste europeu condenou hoje fortemente a violência contra cidadãos, jornalistas, forças policiais e soldados da paz no norte do Kosovo.

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Lusa
31/05/2023 21:20 ‧ 31/05/2023 por Lusa

Mundo

Kosovo

"Há dois meses, congratulei-me com o progresso alcançado na reunião de alto nível em Ohrid pelas conversações Belgrado-Pristina sobre as relações de boa vizinhança, mas, infelizmente, hoje em dia pudemos ver cenas desagradáveis nas ruas do norte de Kosovo", sublinhou Michael Link, citado numa nota de imprensa.

Para Link, que está "a acompanhar de perto a situação", o "direito fundamental de protestar deve ser exercido de forma pacífica e sem uso de violência contra as autoridades policiais, que por sua vez não devem usar força excessiva".

"Os 'media' devem ser capaz de informar de forma livre", destacou ainda o também vice-presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE, um fórum político e de segurança que visa a promoção da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de imprensa na Europa.

Michael Link instou todos os envolvidos nos eventos recentes a "trabalhar na desescalada", enfatizando que já existia violência suficiente.

"O plano franco-alemão alvo de acordo e o seu anexo celebrado em Ohrid devem receber o ajuste final na mesa de negociações facilitada pela UE", destacou.

Os confrontos começaram na semana passada, depois de os funcionários de etnia albanesa, eleitos numa votação boicotada pela maioria dos sérvios, terem entrado nos edifícios municipais para tomar posse escoltados pela polícia do Kosovo.

Quando os sérvios tentaram bloquear os funcionários, a polícia disparou gás lacrimogéneo para os dispersar.

Na segunda-feira, os sérvios tentaram invadir os serviços municipais em Zvecan e envolveram-se em confrontos com a polícia e com soldados da Força do Kosovo (KFor), liderada pela NATO.

Mais de 50 sérvios e 30 soldados da KFor, 19 húngaros e 11 italianos, ficaram feridos nos confrontos.

Na sequência dos confrontos, a NATO anunciou o envio de mais 700 soldados para o norte do Kosovo para ajudar a enfrentar os protestos.

A Sérvia colocou as Forças Armadas em estado de alerta máximo e enviou mais tropas para a fronteira com o Kosovo.

Centenas de sérvios reuniram-se hoje numa cidade do norte do Kosovo para exigir a retirada da polícia e de funcionários de etnia albanesa.

Os sérvios são uma minoria no Kosovo, mas são maioritários em regiões do norte do país que fazem fronteira com a Sérvia.

Muitos rejeitam a reivindicação de independência da Sérvia por parte do Kosovo, de maioria albanesa.

A Sérvia, que é apoiada pela Rússia e pela China, nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 pela antiga província, uma década depois de um violento conflito entre forças sérvias e separatistas albaneses.

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) intensificaram recentemente os esforços para tentar resolver o diferendo no Kosovo, situado no centro dos Balcãs, no sudeste da Europa.

Leia Também: "Oferecemos o nosso apoio incondicional à Sérvia e aos sérvios"

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