ONU condena assalto a centro que influencia ajuda a 4,4 milhões no Sudão
O Programa Alimentar Mundial (PAM) condenou hoje "veementemente" o assalto a um dos seus centros logísticos no centro sul do Sudão, que pôs em risco a ajuda alimentar a 4,4 milhões de pessoas afetadas pelo conflito.
© Getty Images
Mundo Sudão
O centro está localizado na cidade de El Obeid, que é uma das principais "bases logísticas do PAM no continente africano", e que "serve como uma linha de apoio para as operações no Sudão e no Sudão do Sul", disse a agência das Nações unidas num comunicado assinado a partir da sua sede em Roma.
"Este roubo de alimentos e bens humanitários prejudica totalmente estas operações, num momento crítico para o povo do Sudão. Isto tem de acabar", apelou.
Segundo o PAM, desde que a violência eclodiu, em meados de abril, as instalações do programa da ONU sofreram inúmeros incidentes de pilhagem, estimando-se que as perdas tenham sido de mais de 60 milhões de dólares.
"Milhões de pessoas serão afetadas por este ataque. As primeiras informações sugerem que os abastecimentos alimentares e nutricionais, os veículos, o combustível e os geradores foram roubados neste incidente", avança a nota.
O PAM estima que entre 2 milhões e 2,5 milhões de pessoas passarão fome no Sudão nos próximos meses devido ao conflito, elevando a insegurança alimentar aguda no Sudão para níveis recorde, "com mais de 19 milhões de pessoas afetadas, 40% da população".
O Conselho de Segurança da ONU deverá votar hoje uma extensão do mandato da sua missão política no Sudão, num momento particularmente turbulento devido à crise no país e na sequência de um pedido do líder sudanês para substituir o enviado da organização no país.
O mandato da missão, conhecida por Unitams, termina em 03 de junho e espera-se que os 15 países cheguem a acordo sobre a sua prorrogação e que aprovem também uma mensagem sobre o conflito aberto entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O conflito no Sudão já provocou mais de 850 mortos, mais de 5.500 feridos e mais de 1,3 milhões de pessoas deslocadas interna e externamente, segundo as Nações Unidas.
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