A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse esperar que a aplicação do acordo também crie "condições prévias para melhorar a situação na região do Médio Oriente no seu conjunto, incluindo no Líbano, na Síria e no Iémen".
O acordo prevê, numa primeira fase, um cessar-fogo durante 42 dias a partir de domingo, véspera da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, e a troca de 33 reféns israelitas por centenas de prisioneiros palestinianos.
O acordo foi anunciado na quarta-feira pelos mediadores do Qatar, Egito e Estados Unidos, mas Israel denunciou hoje alegadas tentativas do Hamas de tentar alterar o texto e condicionou a aprovação a esclarecimentos do grupo extremista palestiniano.
"Esperamos que a aplicação do atual acordo contribua para a estabilização sustentável da situação em Gaza e crie as condições para o regresso de todas as pessoas temporariamente deslocadas", afirmou Zakharova, citada pela agência francesa AFP.
A Rússia espera que o acordo também permita "o início dos trabalhos de recuperação do que foi destruído durante as ações militares", disse a diplomata, segundo a agência russa TASS.
Zakharova afirmou ainda que Moscovo espera que o cidadão russo Alexander Trufanov, que está detido em Gaza, seja abrangido pela libertação prevista de reféns do Hamas e de prisioneiros israelitas.
"Estes importantes acordos tornaram-se possíveis, em grande medida, graças ao trabalho paciente e persistente dos mediadores do Qatar e do Egito. Os seus esforços diplomáticos merecem, sem dúvida, os maiores elogios", acrescentou.
O cessar-fogo foi alcançado após 15 meses de combates e dezenas de milhares de mortos num conflito desencadeado em outubro de 2023 por um ataque do Hamas a Israel, que retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza.
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