Bayrou acusa esquerda radical LFI de "escolher a guerra interna"

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, acusou hoje o partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI) de "escolher a guerra interna" para o país e de querer que "o confronto seja a lei".

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© Telmo Pinto/NurPhoto via Getty Images

Lusa
16/01/2025 15:47 ‧ há 3 horas por Lusa

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França

"Está a surgir um outro caminho para que um acordo nos permita construir um futuro diferente", afirmou o primeiro-ministro centrista nomeado em 13 de dezembro de 2024 pelo Presidente Emmanuel Macron, pouco antes de os deputados analisarem uma moção de censura que os socialistas decidiram não votar favoravelmente.

 

O Partido Socialista (PS, membro da coligação de esquerda Nova Frente Popular, NFP) estava dividido sobre a votação da moção de censura apresentada pelo LFI, ecologistas e pelos comunistas, mas decidiu que não vão votar a favor, segundo um dos participantes de uma reunião ocorrida hoje.

No entanto, os socialistas não excluem a possibilidade de votar a favor da próxima censura durante o orçamento e reiteram as suas "exigências" neste domínio no âmbito das negociações com o Governo.

Aos socialistas, a presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet (do partido presidencial Renascimento) pediu que ajam "com responsabilidade".

"Se o governo for derrubado, nada de lei de emergência para Mayotte, nada de lei para os nossos agricultores", alertou hoje de manhã, no canal francês TF1.

Num contexto de instabilidade sem precedentes desde há décadas, e com a França ainda sem orçamento para este ano, os deputados da Assembleia Nacional -- divididos em três blocos: aliança de esquerda, centro-direita e extrema-direita e sem maioria absoluta - vão analisar e votar hoje às 17:30 horas locais (16:30 de Lisboa) a 150.ª moção de censura à Quinta República, regime em vigor desde 1958.

A Assembleia Nacional tem 577 lugares e, para que uma moção seja aprovada, é necessário o voto favorável de pelo menos 289 deputados. A NFP conta com 182 deputados na câmara baixa francesa, enquanto a União Nacional (RN, extrema-direita) tem 143 eleitos.

A LFI anunciou anteriormente que iria apresentar uma moção de censura para derrubar o novo Governo, com a líder dos deputados, Mathilde Panot, a afirmar que a política do Governo é "sem apoiantes e sem futuro".

Também os comunistas e os ecologistas assinaram o texto, com a líder dos Ecologistas a criticar o discurso "indigente", "vago" e próximo da extrema-direita que se seguiu à declaração de política geral de Bayrou no dia 14 de janeiro.

A queda do anterior executivo, de Michel Barnier, em 04 de dezembro, na sequência de uma moção de censura, agravou a crise política criada pela dissolução da Assembleia Nacional pelo Presidente francês, em junho, na sequência da vitória da extrema-direita nas eleições europeias.

É esperado que a moção de censura não seja adotada, contudo dará uma ideia do equilíbrio de poderes antes do teste orçamental sob pressão da oposição e dos mercados financeiros.

François Bayrou pretende rever o objetivo do défice público para 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, contra os cerca de 5% do Governo do seu antecessor.

Leia Também: França e Angola assinam contratos de cooperação no valor de 430 milhões

 

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