Nesta conferência vão participar, ao lado da Arábia Saudita, o Qatar, o Egito, a Alemanha, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), a União Europeia e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, indica um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita.
O local da conferência internacional não é indicado.
O conflito começou a 15 de abril entre o exército, dirigido pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, do general Mohamed Hamdane Daglo, na sequência de desentendimentos sobre a unificação das Forças Armadas, no âmbito de um acordo assinado para a transição para a democracia.
As tréguas anteriores foram, geralmente, violadas depois da entrada em vigor, o que está a dificultar a ajuda humanitária às populações.
A guerra já fez mais de 1.800 mortos, segundo a organização ACLED, especializada em recolha de informação em zonas de conflito, e provocou dois milhões de deslocados e refugiados, de acordo com a ONU.
Desde o início dos combates que a Arábia Saudita e os Estados Unidos estão a mediar negociações entre as duas partes no porto saudita de Jidá, no mar Vermelho, para tentar obter um cessar-fogo.
Mas as várias tréguas nunca foram respeitadas e a ajuda humanitária está a chegar a conta-gotas, enquanto as organizações têm alertado para o agravamento da situação.
O chefe da delegação da Cruz Vermelha no Sudão, Alfonso Verdu Perez, indicou que apenas 20% das unidades de saúde ainda funcionam em Cartum, a capital, e já em maio a ONU estimava que 25 milhões de pessoas, mais da metade da população do país necessitava de assistência.
A ONU pretende reunir 2,6 mil milhões de dólares de ajuda, e cerca de 500 milhões de dólares para os deslocados em países vizinhos.
Por seu turno, os Estados Unidos estão a preparar um novo processo para estabelecer um cessar-fogo, através de uma consulta com os sudaneses, africanos e árabes, além de outros parceiros e deverão anunciar resultados destas conversações nos próximos dias.
Os Estados Unidos impuseram sanções aos dois rivais sudaneses depois da violação de uma trégua no final de maio.
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