O chefe de Estado sul-africano falava em Pretória, capital do país, onde foram assinados acordos de cooperação com os primeiros-ministros dos Países Baixos, Mark Rute, e da Dinamarca, Mette Frederiksen, nos setores do hidrogénio verde e do desenvolvimento energético, respetivamente.
Os Países Baixos anunciaram mil milhões de dólares (929,1 milhões de euros) para o estabelecimento do Fundo SA-H2 para mobilizar investimentos em hidrogénio verde, segundo o Presidente da República sul-africano.
Na semana passada, Portugal tornou-se no primeiro país-membro e fundador da NATO a assinar com o governo do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), no poder desde 1994 e antigo aliado de Moscovo, um acordo de cooperação na área da Defesa.
Apesar de os Países Baixos e a Dinamarca serem membros da NATO, e de apoiarem a Ucrânia contra a invasão da Rússia, considerando a África do Sul "desalinhada" relativamente à atual guerra, Cyril Ramaphosa sublinhou a importância da cooperação com os dois países na construção da paz.
O líder sul-africano referiu que "dado os desafios atuais na África e na Europa, é importante que alarguemos o nosso diálogo para incluir questões regionais".
"A Dinamarca, os Países Baixos e a África do Sul, juntamente com a União Africana e a União Europeia, são parceiros importantes na abordagem dos nossos desafios comuns e respetivos", declarou.
"Se quisermos superar as crescentes divisões entre as nações, entre as regiões e entre o Norte e o Sul globais, devemos começar com o diálogo", defendeu.
Para Ramaphosa, deve-se "trabalhar para criar um mundo pacífico e próspero construindo parcerias mutuamente benéficas que apoiem as aspirações de todos" os povos.
O Presidente da República da África do Sul fez parte de uma delegação de sete países africanos que se reuniu na semana passada com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev, e o Presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo, na tentativa de acabar com a guerra entre os dois países.
"Acreditamos que a nossa missão foi bem-sucedida ao registar a disponibilidade dos líderes africanos em contribuir para uma paz negociada e destacar os efeitos mais amplos do conflito", frisou.
"Esperamos que contribua de alguma forma para os esforços internacionais de paz", concluiu o Presidente sul-africano.
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