Colonos israelitas atacam cidade palestiniana em reação a ataque mortal
Colonos israelitas atacaram hoje a cidade palestiniana de Huwara, no norte da Cisjordânia ocupada e um dos focos do conflito israelo-palestiniano, após o ataque por palestinianos ligados ao grupo islâmico Hamas que matou quatro israelitas.
© Nasser Ishtayeh/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Mundo Cisjordânia
Estes colonos, que atacaram casas e veículos, queimaram pelo menos um carro e dispararam contra palestinianos, enquanto moradores da localidade foram instados desde as mesquitas a enfrentar os agressores, segundo os 'media' locais e a agência oficial de notícias palestiniana Wafa.
Estes incidentes seguem-se a um ataque também realizado por um grande grupo de colonos em fevereiro, o maior em décadas, quando moradores dos assentamentos israelitas na região queimaram dezenas de casas e veículos da localidade, num ataque que resultou ainda na morte de um palestiniano.
Hoje à tarde, assim como em fevereiro, grupos de colonos convocaram uma marcha para Huwara após o ataque ocorrido horas antes, quando dois palestinianos ligados ao grupo islâmico Hamas mataram quatro israelitas num posto de gasolina próximo ao colonato de Eli, no norte da Cisjordânia.
De acordo com o Exército israelita, os dois agressores "eram afiliados" ao Hamas, enquanto o grupo islâmico palestiniano divulgou que um deles pertencia à sua ala militar, as Brigadas Al Qasam.
A Magen David Adom, equivalente israelita da Cruz Vermelha, declarou que quatro pessoas tinham sido declaradas mortas no local e que outras quatro tinham ficado feridas, incluindo uma em estado grave, naquele que é considerado o ataque palestiniano mais mortífero contra Israel desde janeiro, quando sete israelitas foram mortos num outro ataque a tiro perto de uma sinagoga num colonato de Jerusalém Oriental.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já condenou o ataque "horrendo e abominável" executado por palestinianos, garantindo que Israel "continuará a combater o terrorismo com todas as suas forças" e alertando que, perante a situação de tensão atual, "todas as opções estão em aberto".
Entre as possíveis respostas de Israel a este ataque está a realização de uma ampla campanha militar no norte da Cisjordânia, ofensiva que cada vez mais autoridades do governo israelita defendem.
O ataque surge 24 horas depois de a Cisjordânia ter vivido um dos dias mais violentos, com nove horas de pesados tiroteios em Jenin envolvendo milicianos palestinianos e tropas israelitas.
Desde o início do ano, pelo menos 166 palestinianos, 21 israelitas, um ucraniano e um italiano foram mortos em atos de violência ligados ao conflito israelo-palestiniano, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais israelitas e palestinianas.
As estatísticas incluem combatentes e civis, entre eles menores, dos dois lados, e ainda a morte de três membros da minoria árabe do lado israelita.
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