Liderança da NATO? "Penso que o novo secretário-geral será o atual"
A primeira-ministra da Estónia admite uma nova extensão do mandato do atual secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg, à frente da Aliança Atlântica, embora reconheça outros "fortes candidatos" à sucessão.
© Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images
Mundo Kaja Kallas
"Penso que o novo secretário-geral será o atual, embora haja candidatos fortes", declarou Kaja Kallas, num encontro esta tarde com a imprensa europeia em Bruxelas, incluindo a Lusa.
Questionada se seria uma candidata à sucessão de Jens Stoltenberg, Kaja Kallas não comentou aquele que será assunto que deverá ser abordado pelos Aliados na cimeira de líderes em meados de julho próximo, na capital da Lituânia, em Vílnius.
Jens Stoltenberg está no cargo desde outubro de 2014 e, de momento, está já num período de extensão dado que, face à guerra da Ucrânia provocada pela invasão russa, os Aliados renovaram o seu mandato que deveria ter expirado em outubro de 2022.
Há dias, o responsável norueguês afirmou não ter "qualquer intenção" de estender o mandato à frente da Aliança Atlântica, após nove anos no cargo, mas remeteu a decisão para os 31 Aliados.
Previsto estava que Jens Stoltenberg terminasse o seu mandato em setembro próximo, mas fontes ligadas ao processo ressalvaram que não está excluída uma eventual nova renovação.
As fontes adiantaram que um dos nomes mais fortes para a sucessão é o da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que lidera um governo de centro-esquerda e que pode recolher apoios de diferentes aliados, mas nada está para já decidido. Esta seria a primeira mulher à frente da Aliança Atlântica.
Falando à imprensa europeia um dia antes do arranque de um Conselho Europeu que será dominado pela recente rebelião militar na Rússia e a cerca de duas semanas da cimeira de Vílnius da NATO, Kaja Kallas pediu que se "evitem zonas cinzentas na Europa porque são zonas perigosas".
"A única coisa que impede as agressões [da Rússia] contra os países vizinhos é a adesão à NATO", acrescentou.
Admitindo "diferentes visões" sobre uma futura integração da Ucrânia na Aliança Atlântica, Kaja Kallas apoiou que se encontre nos próximos tempos, nomeadamente na cimeira de Vílnius, um "patamar comum".
"Tomámos decisões históricas em Madrid [na cimeira de julho de 2022] e foram mudanças significativas e também de pensamento, agora é preciso que os planos que temos no papel também sejam executados na vida real", referiu.
Um dos compromissos assumidos na declaração da cimeira de Madrid do ano passado está relacionado com o investimento, tendo os aliados salientado que é "essencial investir na defesa e nas capacidades fundamentais".
Para Kaja Kallas, "os Aliados europeus têm de fazer mais" no que toca ao investimento.
No caso da Estónia, está "a aumentar a despesa para 3% do PIB [Produto Interno Bruto, ultrapassando a meta dos 2%] e isso implica aumentar impostos", assinalou.
"Acreditem que não é uma medida popular, mas é o que temos de fazer e temos de explicar às pessoas porque o estamos a fazer", adiantou a primeira-ministra da Estónia à imprensa europeia.
Já quanto a uma eventual futura adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), Kaja Kallas recordou que "há condições claras que foram apresentadas" a Kiev e "eles têm de preencher estes critérios a 100%, ninguém vai um dar 'desconto'".
A responsável afastou que esta integração ucraniana no bloco comunitário seja abordada nas conclusões do Conselho Europeu desta semana: "Não há muito que possamos fazer de momento, porque ainda só foram preenchidas três condições".
Segundo uma atualização divulgada na semana passada, a Comissão Europeia considera que a Ucrânia já cumpre duas das sete recomendações para adesão à UE, quanto ao poder judiciário e à lei da imprensa, mas tem ainda trabalho pela frente no combate à corrupção.
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