Embora "confiante no desejo dos Estados Unidos e do seu Presidente de alcançar uma paz justa na região", o secretariado da Liga sublinhou que o plano avançado na terça-feira exige "a deslocação dos palestinianos, o que é rejeitado tanto pelos árabes como internacionalmente".
A proposta "viola o direito internacional" e "é uma receita para a instabilidade", acrescentou.
Na terça-feira, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, Trump declarou que os Estados Unidos deveriam "assumir o controlo" da Faixa de Gaza, um "local de demolição", expulsando a população palestiniana para a Jordânia ou o Egito.
No início da reunião, o Presidente norte-americano já tinha sugerido que os palestinianos deslocados em Gaza fossem reinstalados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.
"Não acho que as pessoas devam regressar", disse Trump, citado pela agência Associated Press (AP).
"Não se pode viver em Gaza neste momento. Acho que precisamos de outro local. Penso que deve ser um local que faça as pessoas felizes", acrescentou.
Questionado sobre quantos palestinianos deveriam ser realojados, Trump respondeu: "Todos eles. Provavelmente 1,7 milhões, talvez 1,8 milhões. Mas penso que todos. Seriam reinstalados num local onde possam ter uma vida bonita", disse citado pela EFE.
Netanyahu comentou como este plano é uma ideia que "pode mudar a história".
"Estamos a falar sobre o assunto, ele [Trump] está a estudá-lo com o seu pessoal, a sua equipa", explicou o primeiro-ministro israelita, citado pela agência France-Presse (AFP).
"Penso que é algo que pode mudar a história. E vale a pena tentar", acrescentou.
Vozes críticas já se ouviram desde a Palestina, Turquia, Brasil, China, Alemanha, Reino Unido ou França, enquanto o responsável da agência da ONU para os refugiados considerou "muito surpreendente" o plano de Trump.
Com 22 elementos, a Liga Árabe voltou a apelar hoje à implementação de uma solução de dois Estados, com "a Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza a constituírem em conjunto o território do futuro Estado palestiniano (...) sem separação ou violação dos direitos dos palestinianos".
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