Numa palestra organizada pelo Council on Foreign Relations Institute em Nova Iorque e dirigida pelo seu presidente, Richard Haas, Blinken fez esta revelação sem dar pormenores, destacando apenas que na reunião da Aliança Atlântica, marcada para meados de julho na Lituânia, vários países estão a estudar formas de fortalecer as capacidades defensivas da Ucrânia.
"Vários países estão a olhar paralelamente, além do que está a acontecer na NATO e o que podemos fazer para (...) ajudar a Ucrânia a construir a sua capacidade de defesa e dissuasão de longo prazo. E isso envolve muitas coisas, mas também estou confiante de que chegaremos a esse ponto", afirmou.
O chefe da diplomacia norte-americana também fez referência mais uma vez à frustrada rebelião do grupo paramilitar russo Wagner, comandado por Yevgueni Prigozhin, e reiterou que esta ação mostra que "a agressão [de Moscovo] contra a Ucrânia foi um fracasso para [Presidente da Rússia, Vladimir] Putin em todos os sentidos".
"É realmente incrível que tenhamos saído de onde estávamos há 16 meses, quando havia forças russas nos arredores de Kiev, quando eles pensavam que iriam tomar a cidade numa questão de dias e varrer a Ucrânia do mapa como um país independente, para o ponto em que nos encontrámos no fim de semana, em que havia forças mercenárias a avançar em direção à capital, Moscovo (...), o que resume como essa agressão contra a Ucrânia foi um fracasso para Putin em todos os sentidos", sustentou.
No entanto, não quis fazer previsões sobre o que pode acontecer agora na Rússia, embora tenha sublinhado que a situação está a mudar, considerando que o que aconteceu no fim de semana não foi "o último ato".
O novo pacote anunciado hoje por Blinken, a concretizar na cimeira da NATO, segue-se ao anúncio, na terça-feira, de que Washington vai enviar mais ajuda militar à Ucrânia, no valor de 500 milhões de dólares (456 milhões de euros), com munições para sistemas antiaéreos Patriot e peças de artilharia.
Desde o início da agressão da Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, Washington forneceu mais de 40,5 mil milhões de dólares (39,9 mil milhões de euros) em assistência de segurança a Kiev.
O Grupo Wagner iniciou na sexta-feira uma rebelião armada, que começou com a conquista sem resistência da cidade estratégica de Rostov, no sul da Rússia, e prosseguiu com colunas militares em direção a Moscovo.
A missão foi abortada quando as colunas já se encontravam a 200 quilómetros da província de Moscovo, após um acordo mediado pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
O entendimento firmado entre o Kremlin e Prigozhin para conter o motim previa a anulação da acusação criminal por rebelião armada contra o líder do grupo Wagner em troca da sua ida para a Bielorrússia onde, segundo Lukashenko, se encontra desde terça-feira.
O grupo Wagner esteve na linha da frente desde o início da invasão, tendo assumido protagonismo na conquista de Bakhmut, na província de Donetsk (leste), na mais longa e sangrenta batalha da guerra da Ucrânia, à custa de elevadas baixas, entre acusações abertas de Prigozhin de falta de apoio militar por parte de Moscovo.
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