Helge Busching, o homem que denunciou o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, em 2017, falou pela primeira vez à imprensa sobre o caso e contou que já tinha denunciado o alemão Christian Brueckner nove anos antes, "mas não aconteceu nada".
Brueckner, recorde-se, entrou para a lista de suspeitos em 2017, após uma denúncia de Busching. Na altura, o homem, que acabara de cumprir pena de prisão na Grécia, contou às autoridades que numa conversa, em 2008, sobre o desaparecimento da menina britânica na Praia da Luz, o alemão lhe disse que "não gritou".
"O assunto [desaparecimento de Madeleine] surgiu e eu disse: 'Não percebo como é que a pequenina pode ter desaparecido sem deixar rasto'. Christian tinha bebido duas ou três cervejas e disse: 'Não gritou'", recordou Busching em entrevista ao jornal alemão Bild.
"Eu pensei: 'Ele sabe isto. Tem alguma coisa a ver com isto'. Mas ele também notou que tinha percebido e depois saiu", acrescentou.
Segundo a testemunha, Brueckner abandonou a sua casa móvel pelas "3h00 ou 4h00". "Procurei-o na manhã seguinte, mas os vizinhos disseram-me que tinha ido embora", contou.
Busching afirmou que tentou contactar a Scotland Yard [sede da Polícia Metropolitana de Londres] em 2008 através de uma linha direta dedicada a denúncias sobre o caso de Madeleine McCann. "Liguei para a Scotland Yard em 2008. Para a linha direta da Maddie. Disse que conhecia alguém que poderia ter algo a ver com o caso e dei-lhes o nome. Mas não aconteceu nada. Nada! Nunca me ligaram de volta", disse.
Já em 2017, após ter cumprido pena de prisão na Grécia, voltou a lembrar-se do assunto devido ao 10.º aniversário do desaparecimento da criança. "Em 2017, tinha acabado de cumprir uma pena de prisão na Grécia quando soube do décimo aniversário do desaparecimento e lembrei-me. Aparentemente, o telefonema não ajudou em nada. Por isso, voltei a contactar a Scotland Yard", acrescentou, frisando que dessa vez foi "ouvido".
A polícia alemã suspeita que Christian Brueckner esteve envolvido no desaparecimento da criança, que em 2007 tinha três anos. No mês passado foram realizadas buscas na zona da barragem do Arade, em Silves, que terá sido frequentada pelo cidadão alemão durante a sua estadia em Portugal.
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