Rei Zulu da África do Sul hospitalizado (com suspeita de envenenamento)

O rei Zulu, o mais poderoso governante consuetudinário da África do Sul, cuja coroação em 2022 desencadeou uma guerra de clãs no seio da família real, foi hospitalizado na vizinha Essuatíni, com o palácio a referir um possível envenenamento. 

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Lusa
02/07/2023 11:03 ‧ 02/07/2023 por Lusa

Mundo

África do Sul

Num comunicado divulgado no sábado à noite, o Palácio Real refere que Misuzulu Zulu, 48 anos, também conhecido como Misuzulu kaZwelithini, "foi hospitalizado em Essuatíni depois de ter adoecido" na manhã do mesmo dia.

Mangosuthu Buthelezi, primeiro-ministro zulu e membro influente da família real, afirmou no comunicado que a hospitalização do rei Zulu se seguiu à morte súbita do seu principal conselheiro, pelo que manifestou "grande preocupação". 

"[O conselheiro do rei] morreu subitamente e suspeita-se que tenha sido envenenado. Quando Sua Majestade começou a sentir-se mal, suspeitou-se que também tinha sido envenenado", explicou Buthelezi.

O rei preferiu procurar tratamento em Essuatíni, antiga Suazilândia e a última monarquia absoluta de África, do que na África do Sul, onde os seus pais "foram tratados e morreram".

"Sua Majestade foi colocada sob cuidados médicos e está de boa saúde", disse o palácio, acrescentando que deixaria às autoridades a tarefa de investigar um eventual caso de envenenamento.

Segundo várias fontes policiais de Essuatíni, o soberano está a ser tratado no hospital privado de Ezulwini, a poucos quilómetros da residência real de Ludzidzini - a Aldeia Real de Ludzidzini é o lar da Casa de Dlamini, a família real de Essuatíni, atualmente liderada por Ngwenyama Mswati III e Ndlovukati Ntfombi. 

"Foram criados bloqueios de estrada e agentes armados no hospital", disse uma das fontes à agência noticiosa France-Presse (AFP). 

Na África do Sul, os soberanos e os chefes tradicionais são reconhecidos pela Constituição. Apesar de reis sem poderes executivos, exercem uma profunda autoridade moral e são venerados pelo seu povo.

Misuzulu Zulu foi coroado no ano passado na província de KwaZulu-Natal, no sudeste do país, numa cerimónia a que assistiram muitos dos cerca de 11 milhões de zulus, quase um em cada cinco sul-africanos.

Filho do falecido rei Goodwill Zwelithini e um dos favoritos, a coroação desencadeou uma guerra palaciana liderada em especial pela primeira mulher do antigo rei, que teve seis esposas e pelo menos 28 filhos. 

Em setembro de 2022, um conselheiro de Misuzulu Zulu foi misteriosamente morto a tiro à margem de uma cerimónia tradicional.

Leia Também: Inundações fazem pelo menos sete mortos e destroem casas na África do Sul

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