O argumento foi avançado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, como justificação para a vasta operação contra o campo de refugiados palestinianos em Jenin que o exército israelita está a realizar.
Os ataques terroristas contra civis israelitas têm sido instigados no campo de Jenin, disse Cohen aos jornalistas.
"Estamos a atacar (este) centro terrorista com força", acrescentou.
"A agressão israelita em curso em Jenin" causou já "cinco mortos e 27 feridos, sete dos quais graves", declarou o Ministério da Saúde palestiniano.
Num outro incidente, "um homem foi morto por balas da ocupação (israelita) na entrada norte de al-Bireh, perto de Ramallah", segundo fontes palestinianas.
Segundo um comunicado do exército israelita, um "soldado foi ligeiramente ferido por estilhaços de uma granada do exército durante a operação de Jenin e foi hospitalizado".
A ofensiva israelita, que começou por via aérea e prosseguiu por terra, deu prioridade a um centro de comando da Brigada de Jenin, que reúne milícias de todas as fações para combaterem em conjunto as tropas israelitas, também utilizado como centro de observação, coordenação e planeamento, depósito de armas e explosivos e esconderijo de outros milicianos envolvidos em ataques nos últimos meses.
"Como parte de um extenso esforço antiterrorista na Judeia e Samaria [Cisjordânia], as forças de segurança atacaram um centro de operações, que servia como centro de comando operacional conjunto da Brigada Jenin no campo de refugiados de Jenin", disse um porta-voz do exército israelita ao início da manhã de hoje.
O centro de comando estava rodeado por instalações da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinianos no Médio Oriente (UNRWA), de acordo com o porta-voz do exército, Richard Hecht, afirmando que a Autoridade Palestiniana e a Jordânia foram informadas da operação.
As tropas israelitas estão atualmente "ainda a operar na zona", principalmente apreendendo armas e procurando suspeitos no interior do campo, disse Hecht, salientando que a operação durará "o tempo que for necessário".
"A operação está em curso, centrada principalmente no campo de refugiados, nas infraestruturas, nas armas, nos centros de comando e na prevenção de futuros ataques", para "quebrar a dinâmica dos terroristas", cuja estratégia era cometer ataques contra alvos israelitas e fugir para se abrigar no campo, disse Hecht.
No último ano e meio, quando os ataques se intensificaram, mais de 50 tentativas de ataques a tiro foram levadas a cabo por milicianos baseados em Jenin, disse Hecht.
O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, felicitou as forças de segurança pela operação e afirmou que estão a "preparar-se para todos os cenários" enquanto "observam atentamente as ações dos inimigos".
"Face ao terrorismo, adotaremos uma abordagem proativa e decisiva. Qualquer pessoa que prejudique os cidadãos de Israel pagará um preço elevado", afirmou Gallant sobre a operação, desencadeada após semanas de especulações sobre a possibilidade de Israel lançar uma campanha militar em grande escala na Cisjordânia.
A operação surgiu depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter reunido no domingo à noite o gabinete de segurança, incluindo Gallant, o chefe do Estado-Maior, Hezi Halevi, e o chefe do Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel), Ronen Bar, para discutir a situação na Cisjordânia.
A Cisjordânia está a viver o maior pico de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e, até agora, este ano, 147 palestinianos foram mortos no conflito, na maioria milicianos, em confrontos armados com as tropas israelitas, mas também civis.
Além das vítimas de Jenin, cujo número pode aumentar, o palestiniano Mohamed Imad Hasanein, de 21 anos, foi baleado na cabeça esta manhã em Al Bireh, no centro da Cisjordânia, perto de Ramallah, num incidente sobre o qual não foram divulgados mais pormenores.
Paralelamente, a zona assistiu à proliferação de novos grupos armados palestinianos, que realizam cada vez mais atentados e fizeram 25 mortos do lado israelita, na maioria colonos.
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