Portugal e São Tomé apontam sucesso de missão de cinco anos do navio Zaire
As autoridades são-tomenses e portuguesas assinalaram hoje o fim da missão de mais de cinco anos do navio português NRP Zaire em São Tomé, considerada como um sucesso na cooperação bilateral entre países lusófonos na segurança marítima.
© Lusa
Mundo Missão
"A missão do NRP Zaire que agora termina teve na sua génese uma visão comum entre os nossos dois países sobre a imperativa necessidade de segurança marítima na região do Golfo da Guiné. Existe uma real exposição a ameaças que prejudicam este país. Estas ameaças afetam a estabilidade, a paz a sustentabilidade dos recursos marinhos e bem-estar das populações. Por isso, exige-se uma efetiva segurança marítima nesta região", assinalou o Chefe do Estado-Maior da Armada portuguesa.
O almirante Gouveia e Melo defendeu que "as ameaças à segurança marítima de um país devem ser sempre também entendidas como ameaças transnacionais", porque atravessam as fronteiras marítimas "afetando países africanos e europeus, impactando negativamente as suas relações comerciais, sociais e culturais".
Gouveia e Melo sublinhou que a missão do NRP Zaire teve uma "natureza única" por ter sido operada por uma guarnição mista de 23 militares portugueses e 14 são-tomenses.
"Neste período de missão, o 'Zaire' contou com 2.013 dias de missão, tendo percorrido mais de 37 mil milhas. No mar, realizou 19 ações de busca e salvamento, as quais resultaram no salvamento de 18 vidas, 31 ações de fiscalização conjunta, 13 ações de segurança marítima no âmbito da pirataria, oito vistorias a navios no mar e também participou em diversos exercícios internacionais", descreveu Gouveia e Melo.
A missão do NRP "Zaire" promoveu atividades de formação em saúde, limitação de avarias, abordagem de navios ou manutenção.
O ministro são-tomense da Defesa, Jorge Amado, reconheceu que "pela sua posição geoestratégica, São Tomé e Príncipe encontra-se exposto às ameaças à sua segurança marítima", nomeadamente a pesca ilegal não declarada e não regulamentada, a pirataria marítima, o roubo ou obtenção ilegal de recurso marinhos, o tráfico de pessoas e bens, a criminalidade organizada, a poluição e outras ameaças ambientais e o terrorismo.
Jorge Amado assinalou as "diversas ações de pirataria marítima" nos países ribeirinhos do Golfo da Guiné, enquanto zona de intenso tráfego marítimo, que "colocam em risco a estabilidade geopolítica da região e a economia global".
"O futuro desta cooperação no domínio da defesa entre Portugal e São Tomé e Príncipe não termina com a partida do NRP Zaire. Esta ação decorre de mais um pedido feito à Portugal para colocar em São Tomé e Príncipe mais um meio mais moderno com elevados índices de eficácia que se consubstanciou com a vinda do NRP Centauro [...] um meio mais moderno, mais rápido, com equipamento mais avançado", sublinhou o ministro da Defesa são-tomense.
O novo navio e embarcação de fiscalização enviados por Portugal deverão chegar a São Tomé dentro de dois meses para dar continuidade ao projeto de cooperação de fiscalização conjunto do mar são-tomense e do Golfo da Guiné.
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