Ainda falta um ano até às eleições de 2024 e muito tempo até se defrontarem na primeira ronda das primárias republicanas, mas Ron DeSantis e Donald Trump já estão isolados na corrida à nomeação pelos conservadores. As sondagens dividem-se entre quem tem a vantagem, mas DeSantis deixou já assente que, em caso de derrota, não está disponível para ser o candidato a vice-presidente de Trump.
Durante uma entrevista ao programa de rádio 'Wisconsin Right Now', o governador da Flórida disse que não se considera ser o braço direito de ninguém. "Não sou um gajo n.º 2", afirmou.
Questionado ainda sobre se aceitaria Trump, ou outro republicano, para ser seu candidato a vice-presidente, DeSantis defendeu ainda que é muito cedo para especular. "Estou aqui para ganhar as primárias, e é isso que vou fazer primeiro", vincou.
A campanha de Trump reagiu às declarações e, à NBC News, o porta-voz da candidatura disse que "DeSantis não é gajo de ninguém". "Ele não é 'o' gajo. Ele é apenas 'um' gajo. O Ron está simplesmente ali, triste, porque os seus números são tão pequenos quanto ele", respondeu Steven Cheung.
DeSantis tem subido o tom das suas críticas ao antigo presidente, que foi um dos seus principais apoiantes quando foi eleito para governador da Flórida em 2018. Antes importantes aliados, especialmente num Partido Republicano cada vez mais populista e radical desde o mandato de Trump, os dois tornaram-se ferozes rivais, e o jovem governador passou a criticar a política de gestão da Covid-19 da administração Trump (isto apesar de o próprio ter sido contra a maioria das medidas de contenção aplicadas durante a pandemia).
O governador da Flórida é visto por muitos como um lógico sucessor de Trump à frente dos republicanos, sendo considerado como uma versão mais polida e jovem do ex-presidente, mantendo o seu forte populismo, políticas autoritárias e nacionalistas, e um intenso conservadorismo em matéria de questões socioculturais.
RCP AVERAGE: Betting Odds - 2024 Republican Presidential Nomination
— InteractivePolls (@IAPolls2022) July 11, 2023
January 4:
• DeSantis — 51%
• Trump — 28%
March 21:
• Trump — 45%
• DeSantis — 35%
JULY 11
• Trump — 62%
• DeSantis — 19%https://t.co/kqnpdKvTSn pic.twitter.com/OYalLTMfPJ
Apesar do campo de candidatos republicanos ser extenso, os dois lideram de longe todas as sondagens, bem à frente de nomes como Mike Pence, o antigo vice-presidente de Trump, que é também o principal terceiro candidato na maioria dos inquéritos.
Estão também na corrida o ex-governador da Nova Jérsia, Chris Christie; ,o governador de Dakota do Norte, Doug Burgum; a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU Nikki Haley; o ex-governador do Arkansas Asa Hutchinson; o senador da Carolina do Sul Tim Scott; Francis Suarez, o autarca de Miami; e Will Hurd, um antigo congressista pelo estado do Texas e antigo oficial na CIA.
Também os empresários Vivek Ramaswamy, Ryan Binkley e Perry Johnson apresentaram as suas candidaturas, assim como o radialista Larry Elder.
Do lado democrata, Joe Biden será novamente candidato e procurará ser reeleito para a Casa Branca. Biden, que tem 80 anos e terá 86 no final de um hipotético segundo mandato, não tem uma verdadeira oposição, com os únicos dois outros democratas na corrida - a escritora de livros de autoajuda Marianne Williamson, e o magnata Robert F. Kennedy Jr. conhecido pelas suas teorias de conspiração - a ficarem bem para trás nas sondagens.
O único candidato por um terceiro partido até agora anunciado é Cornel West, um professor socialista de filosofia em várias das principais universidades norte-americanas, que trabalhou para Bernie Sanders e que tentará ser candidato pelo Partido Verde.
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