RCA. Centenas manifestam-se contra projeto de nova Constituição
Cerca de 500 pessoas marcharam hoje em Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA), contra um projeto de nova Constituição submetido a referendo no final de julho, cuja adoção permitiria ao Presidente, Faustin Touadéra, candidatar-se a um terceiro mandato.
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Mundo RCA
Nas faixas que abriram a marcha lia-se "Não ao referendo, não ao terceiro mandato, não ao poder vitalício" e "Não ao golpe de Estado constitucional".
A 17 dias da votação de uma nova lei fundamental, os manifestantes marcharam pacificamente, cantando o hino nacional e agitando bandeiras centro-africanas.
Os líderes da oposição, com lenços coloridos, desfilaram à frente de um cortejo rodeado por uma grande força de segurança composta por vários veículos blindados da missão de paz das Nações Unidas na RCA (Minusca) e membros das forças de segurança centro-africanas.
O Bloco Republicano para a Defesa da Constituição (BRDC), uma plataforma da oposição, tinha apelado na quinta-feira aos centro-africanos para que participassem numa "marcha pacífica" contra o projeto de nova Constituição, num país ainda dominado por uma rebelião após anos de guerra civil.
Os organizadores mantiveram a sua convocatória apesar da proibição das autoridades, justificada pela "situação de segurança" e pelo "caráter subversivo da iniciativa do BRDC e outros", segundo um comunicado do Ministério do Interior divulgado na quinta-feira.
Touadéra foi eleito em 2016 e depois reeleito em 2020, embora menos de um em cada três eleitores tenha podido ir às urnas por razões de segurança.
No final de maio, Touadéra anunciou a realização de um referendo sobre uma nova Constituição, marcado para 30 de julho, e foi acusado pela oposição e pelos rebeldes de pretender continuar a ser "Presidente vitalício" do segundo país menos desenvolvido do mundo, candidatando-se à reeleição em 2025, segundo a ONU.
"Não haverá um terceiro mandato, mas os contadores serão repostos a zero" com uma nova Constituição, "e haverá um novo mandato a que qualquer pessoa se poderá candidatar, incluindo o Presidente Touadéra, se assim o desejar", disse Fidèle Gouandjika, ministro especial e conselheiro do Presidente, citado pela agência France-Presse, imediatamente após o anúncio do referendo.
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