"Quero que volte", diz mãe de soldado detido por Pyongyang. O que se sabe
Travis King, de 23 anos, cruzou a fronteira da Coreia do Sul para a Coreia do Norte numa tour turística a Panmunjom, quando devia estar a regressar aos Estados Unidos para enfrentar uma ação disciplinar.
© REUTERS/Kim Hong-Ji
Mundo EUA
A mãe do soldado das Forças Armadas dos Estados Unidos que foi detido após atravessar a fronteira da Coreia do Sul para a Coreia do Norte afirmou que não imaginaria o filho a fazer algo assim, notando que só quer "que ele volte para casa".
Em declarações à ABC News, Claudine Gates, mãe de Travis King, disse que o filho "tinha de estar louco" para atravessar a fronteira sem autorização.
"Estou tão orgulhosa dele. Só quero que ele volte para casa, de volta para a América", disse a mulher, que vive em Racine, no estado de Wisconsin, acrescentando ainda que tinha tido notícias do filho há alguns dias.
Nessa altura, Travis King, de 23 anos, disse que em breve regressaria para a sua base em Fort Bliss, no Texas.
O que se sabe?
A notícia de que um cidadão norte-americano tinha atravessado a fronteira entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, no meio de tensões crescentes sobre o programa nuclear norte-coreano, foi conhecida na terça-feira.
Na rede social Twitter, o Comando das Nações Unidas, liderado pelos Estados Unidos, referiu que o cidadão norte-americano estava a fazer uma visita à aldeia fronteiriça coreana de Panmunjom, onde não vivem civis, e atravessou a fronteira para o Norte sem autorização. A estrutura informou que está a trabalhar com os homólogos norte-coreanos para resolver o incidente.
Panmunjom está localizada dentro da Zona Desmilitarizada de 248 quilómetros de comprimento, que foi criada no final da Guerra da Coreia. Ocasionalmente, tem havido mortes e tiroteios na zona, mas também tem sido palco de numerosos encontros bilaterais e um ponto turístico popular.
Segundo as autoridades norte-americanas, King, um soldado das Forças Armadas dos Estados Unidos, atravessou a fronteira "deliberadamente, por sua própria vontade". O Pentágono disse ter entrado em contacto com oficiais militares norte-coreanos e admitiu estar "absolutamente preocupado com o bem-estar" do soldado". No entanto, assegurou estar a "monitorizar e a investigar" a situação.
Uma autoridade dos EUA confirmou ainda que, antes de cruzar a fronteira, King passou 47 dias num centro de detenção sul-coreano, na sequência de uma discussão com um local. O soldado deveria regressar aos Estados Unidos para enfrentar uma ação disciplinar.
Por sua vez, as autoridades de Seul confirmaram que King tinha sido libertado da prisão a 10 de julho, depois de cumprir dois meses por acusações de agressão. O soldado foi escoltado ao aeroporto para um voo com destino aos Estados Unidos, mas não embarcou no avião. Ao invés disso, acabou por se juntar à tour turística a Panmunjom.
De realçar que os Estados Unidos proibiram a entrada de norte-americanos na Coreia do Norte devido "ao sério risco contínuo de prisão e detenção de longo prazo". Washington diz-se "incapaz de fornecer serviços de emergência a cidadãos americanos na Coreia do Norte" uma vez que "não tem relações diplomáticas ou consulares" com o país.
Esta proibição surgiu depois da morte de Otto Warmbier, detido na Coreia do Norte em 2015 por ter roubado um cartaz num hotel. O estudante norte-americano de 22 anos regressou em coma aos EUA depois de ter sido condenado a uma pena de trabalhos forçados e acabou por morrer.
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